Tá chegando a hora…


Imagem: Tá chegando a hora...Acho que não é preciso me conhecer muito, basta ser leitor do blog ou mesmo fazer uma busca aqui dentro no assunto “política” que você entenderá o tamanho da minha admiração e respeito pelo atual presidente e seu partido político. Se você já é leitor do Pô, meu! sabe que não gosto de tratar política como torcedor de futebol, pois acho, perde-se a razão. Até alguns povos que têm tradição de serenidade, educação e respeito, têm também as mais violetas torcidas do mundo. Vide os ingleses e seus hooligans!

Eu gosto de política e também gosto de escrever sobre política. Se fiquei sem escrever aqui no blog nas últimas semanas (meses?), um dos motivos foi não cansar o amigo e a amiga leitora com excesso de posts sobre política. Pois seria muito difícil escrever e não falar de política nesta reta final de campanha presidencial. E por que não escrevi? Porque eu acho que uma disputa como essa só será decidida quando o nível de educação e participação da sociedade brasileira for muito mais elevado do que é hoje. E em quem votarei amanhã? Antes de dizer minha preferência, ou talvez minha repulsa, vou te contar duas histórias vividas por mim mesmo nessa semana, dentro de dois táxis.

São Paulo, final da tarde de quarta-feira, 27 de outubro de 2010. Pego um táxi no Morumbi e peço ao motorista para me levar em Cerqueira César. Em algum momento, não lembro qual, mas certamente no início da viagem, o motorista, por volta dos 30 anos, puxa o tema política para o nosso papo. Ele diz que vai votar no Serra, pois acha que o trabalho que o grupo político do Serra vem fazendo em São Paulo há mais de uma década é muito bom. Tento contrapor falando da popularidade do Lula. Ele replica e diz que não confia nas pessoas que estão em volta da Dilma. Naturalmente ele pensa logo na Erenice, ex-assistente, ex-braço-direito, ex-ministra que ficou com o lugar de Dilma na Casa Civil. Eu digo que Erenice nem deve fazer parte do governo Dilma, que existem pessoas mais importantes, como: Zé Dirceu, Palloci, Franklin Martins, Marco Aurélio Garcia entre outros.

Os dois primeiros ele conhecia e não gostava, pediu que eu contasse a história dos outros dois. Contei. Falei da hiperinflação e do Plano Real. Da Lei de Responsabilidade Fiscal. Da privatização e do avanço que o país teve depois desses três acontecimentos. Chegamos na Av. Nove de Julho. Paguei e já saindo do carro o meu atento condutor se vira e me fala: “Obrigado pela aula de história. Não mudei meu voto, mas agora votarei com muita convicção”.

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Rio de Janeiro, início da madrugada de sexta-feira para sábado, já dia 30 de outubro de 2010. Pego um táxi no Aeroporto do Galeão e peço ao motorista para me levar para a Zona Sul. Em algum momento, não lembro qual, mas certamente no início da viagem, o motorista, por volta dos 30 anos, puxa o tema política para o nosso papo. Ele diz que vai votar na Dilma, pois apesar dela não ter um histórico político, ela vai dar continuidade ao governo do Lula, que foi muito bom. Tento contrapor falando que o Brasil cresceu no governo do Lula, na maioria das áreas, em ações iniciadas em governos anteriores. Ele replica e tenta me mostrar que a privatização foi um roubo e um grande golpe. Eu pergunto: “Golpe, como assim?” Ele me diz que todas as máquinas que fariam que a nossa telefonia desse o salto que deu já estavam compradas, e o governo entregou tudo de mão beijada para as empresas estrangeiras. Que só tiveram o trabalho de fazer as máquinas funcionarem e ganharem rios de dinheiro.

Quase saltei do banco traseiro. Como assim? Eu trabalho nessa área, vivenciei essa época dentro do mercado e posso te assegurar, disse eu a ele, que se não fosse o capital investidor que comprou as podres empresas estatais, cabides de emprego e roubalheira, não existiria esse mundo de telefonia que é a nossa realidade atual. Ele levemente se encolheu e tentou dizer que pelo menos no Paraná foi assim. Eu repliquei mais determinado: “Nem no Paraná e nem em nenhum outro estado brasileiro.” Me empolguei e perguntei a ele se ele se lembrava da hiperinflação de 80% ao mês no último mês do governo Sarney, comparada com os menos de 10% ao ano atuais. Ele disse que não. Eu falei, pois é… existiu. E foi no governo do parceiro que o Lula enaltece tanto, o dono do Maranhão. E se ele se lembrava do dinheiro sequestrado e os contratos rasgados no início do governo Collor, aliás, outro grande parceiro atual do Lula. Ele ficou mudo.

Aproveitei e lembrei do Plano Real no governo Itamar Franco, que definitivamente ajustou nossa vida econômica e abriu espaço para que o investidor trouxesse o capital para o Brasil. Plano aliás, bombardeado pelo seu Lula. Ele mudo dirigindo. “E a Lei de Responsabilidade Fiscal que fechou uma torneira de bandalheira que prefeitos, governadores e até mesmo presidentes se banhavam na maior cara de pau?” Foi mais uma pergunta que fiz. Frente ao balbuciado “sei não” que ele me deu como resposta, só complementei: “Também foi bombardeada pelo seu Lula”. Passamos em frente ao barzinho lotado e o papo ficou mais leve. Cheguei ao meu destino, paguei e tenho certeza, meu condutor não mudará seu voto e deve ter pensado: “Pensei que ia enganar mais um otário.”

É por essas duas viagens que não tenho uma ponta de dúvida: Lula, o presidente mais popular que esse país já teve, na minha opinião é um político velhaco, com métodos escrotos de distorcer a verdade para enganar os pobres coitados que não conseguem entender onde está a mentira, como em todas as vezes que foram usados por políticos porcos que já passaram nesse país. Voto contra Lula.



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4 Comentários

  • Bruno Godoi disse:

    texto incrivel que faz que meu voto em Serra se valide novamente.

    obrigado

  • chantinon disse:

    Nelson,
    Nesse momento, vários partidários do PT estão em festas comemorando a vitória da Dilma. Eu, talvez como você, estamos preocupados como será a vida dessas pobres pessoas a longo prazo. Mas o que mais me impressiona na estratégia do PT, que começou há dar certo em 2002 é o “modus operandi” que temos que torcer o braço, mas é perfeito. Eles conseguem iludir, enganar e ainda criar seguidores fiéis. O jeito é esperar mais 4 anos, ou 8, no caso do mmolusco resolver entrar na próxima. Como já mudei meu modo de viver, e deixei, e só assistir de camarote. Roma não existe mais, assim é todo governo.

  • Ainda bem que hoje se pode assistir de camarote não é mesmo,e antes assistimos os oito anos de FHC do que?

  • Fernando disse:

    Excelente!

    Dava pra perceber que nessas eleições existiam 3 tipos de votos. O passional/torcedor, o beneficiado e o racional.

    Os dois últimos são os que se pode definir em palavras e encontrar algum sentido nelas. Mas desses apenas o último é o que não causa constrangimento.

    Infelizmente, no país do futebol, o voto de torcida é o que tem maior peso.

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