Custo de oportunidade


Certa feita, publiquei um artigo aqui neste Pô, meu! sobre uma frase pinçada de um relatório do Warren Buffet, mega investidor, acionista majoritário, presidente do conselho e CEO da Berkshire Hatahway: Investir é renunciar.

Vamos juntar a este conceito, outro, muito interessante, que nós, consumistas, nem tomamos conhecimento de sua existência: o custo da oportunidade. Você já ouviu falar em custo da oportunidade? Sabe dar um exemplo do que venha a ser esta coisa? Se sabe, ótimo. Se não sabe, vamos simplificar ao máximo. Segundo o site Cola da Web, “o custo de oportunidade corresponde àquilo que se deixa de ganhar na segunda melhor alternativa por se escolher a primeira”. Você também pode achar boas definições na Wikipedia e no site Sobre Administração.

Enfim, custo de oportunidade normalmente é a frustração de você achar um produto mais barato do que aquele que você comprou na primeira loja do shopping. Pode ser também tudo o que você poderia ter vivido se não tivesse sido preso soltando rojão na cabeça de cinegrafista. :-/

Vamos exemplificar. Imagino que você tenha uma despesa fixa semanal, por exemplo, um refrigerante na hora do almoço no trabalho. Supondo que esse refrigerante custe R$ 5,00, você tem um custo semanal de R$ 25,00 em refrigerantes. Considerando 20 dias trabalhados por mês, será de R$ 100,00 seu custo mensal. Se você tirar um mês de férias por ano, seu custo por 11 (onze) meses de almoços no trabalho será de R$ 1.100,00 em refrigerantes.

Vamos supor que você não beba nada nas refeições e invista esses R$ 100,00 todo final do mês em uma aplicação que lhe dê 0,5% de ganho real da inflação (ex. Tesouro Direto). Ao final do primeiro ano, você terá acumulado R$ 1.127,92 em valores de hoje. Ok, agora você está de férias e não vai economizar os refrigerantes. Muito menos vai mexer nesse dinheirinho. Voltou das férias e novamente você deixou de beber o refrigerante no almoço. Lá no final do ano, depois de 11 meses economizando e investindo, junto do que sobrou do primeiro ano, você terá R$ 2.319,45.

Repetindo isso nos próximos três anos, você encontrará ao final de cada um deles: 3º ano (R$ 3.578,17), 4º ano (R$ 4.907,88) e 5º ano (R$ 6.312,58). Uau! As férias do quinto ano podem ser bem melhores, hein? :-D

Ah, mas você gostou da brincadeira e resolveu continuar investindo sem mexer na grana? Se acostumou a almoçar sem refrigerante? Ok, vejamos como podemos ficar: 10º ano (R$ 14.617,59), 15º ano (R$ 25.543,91), 20º ano (R$ 39.918,89), 25º ano (R$ 58.123,03), 30º ano (R$ 82.780,90) e 35º ano, junto com a aposentadoria (R$ 115.221.52).  Não se assuste com a velocidade do meio para o final do período, isso se deu devido aos juros compostos. Jogue sempre do lado dele. Nunca contra ele. ;-)

Gostou? Amanhã, quando você abrir mão do seu refrigerante no almoço, você poderá dizer aos seus colegas de mesa que o custo da oportunidade daquele refrigerante em 35 anos, quando você se aposentar, será em valores da época, o mesmo que R$ 115.000,00 hoje. Ou seja, a pergunta que não deve deixar de ser feita é se te interessa renunciar ao refrigerante do almoço para ter cento e quinze mil reais depois de uma secura de 35 anos. Interessa? ;-)



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