Eral Bravo – Urano Syrah
- Por Nelson Correa
- 18 fevereiro, 2007
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A uva Syrah ou Shiraz, como tem sido chamada em alguns países que a adotaram à partir da década de 1970 (Austrália, ÃÂfrica do Sul, etc), tem uma história antiga, tendo sido citada pelo famoso orador Romano Plinio, que viveu no Século I D.C., podendo ter tido origem na cidade italiana de Siracusa. Junto com a Cabernet Sauvignon e a Pinot Noir, forma o triunvirato das mais famosas uvas que geram os melhores vinhos tintos de todo o mundo.
A Syrah, depois que saiu da Europa, principalmente da França, se adaptou muito bem na Argentina. Lá na região de Mendoza, uma vinícola nova, chamada Eral Bravo, nome que tem origem em outro negócio da família, ainda lá na Espanha, que é a criação de touros, que são chamados de Eral quando têm entre 2 e 3 anos de idade, e é nessa idade que mostrarão sua principal característica para a arena: a bravura.
Eles começaram a oferecer seus vinhos ao mercado há pouco mais de dois anos. Meu irmão, junto com amigos e mulheres estiveram recentemente em Buenos Aires, e conheceram o Eral Bravo Malbec. Adoraram o vinho e na volta ao Brasil, resolveram comprá-lo. Infelizmente não acharam representante no Rio de Janeiro. Só aqui em Sampa. :-D Meu filho, que não gosta de carnaval, veio passar o carnaval aqui em São Paulo, onde se encontra a tranqüilidade plena que não é encontrada em nenhum outro pedaço desse país durante estes dias. Ganhou então a incumbência de levar alguns Eral Bravos Malbec para o Rio de Janeiro.
Aqui em Sampa, pode-se comprar os vinhos da Eral Bravo na Best Wine & Co. (R. Simão ÃÂlvares, 913 – 3034-1665), aqui pertinho de casa, na Vila Madalena. Fui buscá-los, e como eram oito garrafas, “chorei” um desconto, e trouxe em seu lugar, uma garrafa extra do Urano Syrah 2005 da mesma vinícola.
Hoje, levemente refrigerado, pois o calor estava excessivo (32 graus Celsius), bebemos esse Syrah jovem junto a uma maravilhosa lasanha com molho bolonhesa suavemente picante. É um vinho com características de vinho do novo mundo, como por exemplo 14,8% de teor alcoólico. Antes de abrí-lo, à mesa, li o rótulo do verso da garrafa, lembrando do sotaque que os platenses falam o espanhol, e era:
“Urano, ‘dios de los cielos’ en la mitología griega, es el nombre que elegimos para esta línea de vinos en alusión al límpio e imponente cielo de Mendoza, que enmarcado con la Cordillera de los Andes, crea condiciones especiales para el cultivo de la vid.” Na palavra ‘Cordillera’, fala-se Cordichhhêra’, algo entre o cordijera e o cordichera. ;-)
Bom, havia também uma descrição de que sentiria um intenso aroma de frutas maduras vermelhas e pretas, com notas especiais e uma elegante contribuição de baunilha, caramelo e torradas, devido ao tempo na madeira. É redondo na boca, e de taninos doces e maduros. Equilibrado e de boa persistência. Além ter gostado muito desse Urano Syrah, e dele ter combinado perfeitamente com aquela lasanha, acreditei nas palavras do fabricante, pois não tenho toda essa capacidade de percepção. :-D
Muito obrigado meu irmão. O outro presente que você me deu, o Eral Bravo Malbec, será devidamente consumido quando eu imaginar uma combinação ideal para acompanhá-lo, ou muito provavelmente, na hora que bater uma grande vontade de abrí-lo. ;-)
Caro Nelson,
primeiramente obrigada pelo comentário em meu blog. É um prazer saber que você aprecia tanto a culinária – minha paixão de adolescência (paixão eterna, na verdade) e a minha paixão adulta (mais madura) pelas finanças.
Agora, o melhor mesmo foi ler este seu post sobre vinho… Você realmente descreve-o com propriedade. Fiquei na vontade, afinal de contas, comida bem casada com vinho dá outro tom à vida…
Virei fã do blog, só não é incondicional porque a condição vital é ter mais destes posts deliciosos.
Abraços
Bia