Monza ratifica Hamilton

Imagem: Taxista de HelsinqueForam necessárias 13 provas e 43 voltas para a dupla narrador/comentarista da Globo reconhecer que Hamiltão é excepcional e o grande merecedor do campeonato desse ano (e dos próximos, até que apareça um brasileiro com o nome terminado em ON).

Depois de constatar que a torcida é cega e burra, vide a vibração da italianada quando Hamiltão saiu do boxe, após o segundo pit stop, atrás do taxista de Helsinque piloto da Ferrari, o finlandês Kimi Raikkonen, quando todo mundo que entende de corridas sabia que seria impossível Kimi sustentar aquela posição.

Foi possível também assistir a uma das mais belas capitulações de teses e paradigmas de quem parece só entender de números: dizia o comentarista da TV, algo mais ou menos assim: se o Hamilton e o Raikkonen corressem em duas pistas paralelas, o Hamilton chegaria na frente, mas como a pista é única para os dois, ele ainda terá que passar o Raikkonen. E completava o narrador “entendido”, algo mais ou menos assim: e na Fórmula-1, uma coisa é chegar e a outra é passar.

Segundos depois, eles se assustam com a imagem da McLaren do líder do campeonato na frente da única Ferrari na pista naquele momento. Ainda sem fôlego, e reconhecendo que o garoto é muito bom mesmo, um fenômeno de verdade, eles nem conseguiram comentar e nem passaram a palavra para o Luciano Burti (esse entende) para explicar o quão maravilhoso foi o Hamiltão fazer toda a Parabólica no vácuo do Kimi (sem perder o carro), varar a reta colado na caixa de câmbio da Ferrari, para frear por último, entortando a McLaren como se entorta um kart na freada da chicane e sair na frente como se ao invés de uma única pista, houvesse duas, paralelas. Me encanta o Lewis. O Schummy deve estar angustiado vendo o rookie de 22 anos fazer o que ele fazia sem precisar usar os recursos que ele usou algumas vezes.

Spa-Francorchamps, a pista do GP da Bélgica domingo que vem, é para quem tem carro veloz. É também para quem tem muito braço. Pois além das grandes retas como em Monza, tem curvas onde é possível distingüir os escolhidos dos que têm apenas sorte de estarem sentados naquelas máquinas. Quer entender isso? Desça a reta após a largada e no final do mergulho contorne um “S” para subir nova reta de pé em baixo. Use o GrandPrix4, o melhor simulador de corridas de Fórmula-1 que já vi.

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3 Comentários

  • Sandra Leite disse:

    Fala, mestre Nelson!!!
    Seus posts deveriam ser tombados pela UNESCO!!!! Gosto das pesquisas que você faz. É todo um contexto que a mim agrAda muitíssimo, mesmo sem o Senna na pista. F1 pra mim é Senna. portanto hoje é…
    Só pra recordar….quem ganhou a prova de hoje??? Foi o Hamilton? :D
    Ah tá…pensei que era o fofo do Alonso…heheeheh
    abs,

    PS: nao perderia essa provocação por nada

    Comentário do Pô, meu!
    Caríssima Sandra,
    Na verdade, quem chegou na frente hoje na Itália, foi o Alonso, sim. Realmente ele soube usar a única qualidade em que ele ainda é melhor que o Hamilton: experiência para ajustar o carro. Mas o solo quem fez, foi o negão afro-britânico Lewis Hamilton. ;-)
    Abraços,
    Nelson

    Comentário da Sandra Leite:
    LOL.
    Entendi. A única qualidade que ele (Alonso) tem o leva a ganhar do Hamilton!
    Ou seja, o Alonso é melhor…matemática pura e simples. O vencedor é aquele que ganha…e o 2o lugar é o primeiro perdedor da lista.
    Um viva ao Alonso meu caro!

    Ps: o Hamilton é bonzinho também!

    Comentário do Pô, meu!
    Prezada Sandra,
    Deixa eu tentar te explicar ser mais claro.
    O campeonato de F1 é composto por 17 provas (esse ano). Em cada prova, é atribuída uma pontuação para os oito primeiros colocados, da seguinte forma, do vencedor até o oitavo: 10, 8, 6, 5, 4, 3, 2 e 1. Tanto o número de provas quanto o total de pilotos que pontuam e os pontos atribuídos por colocação, já foram diferentes no passado.
    Pois bem, independente do resultado da corrida de hoje, já foram disputadas 13 corridas em 2007.Ainda faltam 4 grandes prêmios. Ninguém foi campeão ainda, pois o campeonato está muito disputado. Mas depois da corrida de hoje em Monza, o líder é Hamilton com 92 pontos, seguido do espanhol marrento com 89, do taxista de Helsinque com 74 e logo a seguir, o brasileiro bonzinho com 69 pontos.
    Viu? A matemática é pura apesar de nem sempre tão simples, mas antes do resultado final, é preciso finalizar todo o problema. Que nesse caso, ainda depende de quatro equações. Eu entendo, no futebol é bem mais fácil, 3 pontos por vitória e 1 por empate. Todos jogam contra todos. E nem o Pelé, apesar de ser incomparável, não conseguiu ser campeão sempre. Mas ninguém ousa contestar a genialidade dele. Enfim…
    Tentei ser bem claro e pedagógico. Será que consegui?
    Abraços e sucesso,
    Nelson

    Comentário da Sandra Leite:
    Ainda não…Viva o Alonso!!!!

    Comentário do Pô, meu!
    Bom, então vou esperar o campeonato terminar. Dessa forma eliminaremos quase todas variáveis. :-)

  • Rose disse:

    Nelson.

    Este foi o comentário + perfeito que já li.
    Realmente vc sabe do que está falando.
    O Hamilton é um gênio, aliás o maior de todos os tempos.

    Comentário do Pô, meu!
    Olá Rose!
    Obrigado pela visita e pela força que você me deu com aquele “+ perfeito” ali de cima.
    Na verdade, além de acompanhar desde 1970 essa coisa maravilhosa que é a Fórmula-1, sou apaixonado pela arte de pilotar.
    Volte sempre, seus comentários só irão enriquecer nossas discussões aqui neste cantinho.
    Abraços e sucesso,
    Nelson

  • […] Monza também me marcou na temporada de 2007, quando estreava na Fórmula-1 Lewis Hamilton. Os locutores e comentaristas da TVG sempre trataram Lewis como um piloto menor. Eu me encantei com Hamilton na primeira curva da primeira corrida que ele fez na categoria (aqui). Escrevi isso aqui. Mas foi somente no GP de Monza daquele ano que o time da TVG deu o braço a torcer, quando o comentarista falava que se Hamilton e Raikkonen corressem em dois circuitos paralelos, Hamilton passaria o finlandês, mas… aí completa o expert locutor: “Chegar é uma coisa, passar é outra”. O resto da história está descrito aqui. […]

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