Difusor? Uadafaqui?


Difusor da McLarenPassei as últimas 36 horas fora do ar por problemas familiares de saúde. Agora já está tudo bem. Mas não vi os treinos que definiram o grid para a primeira prova desse ano que começa tão conturbado. Eu tenho vários motivos para me calar entre um final de temporada e o início de outra. Primeiro porque eu gosto tanto de Fórmula-1 e há tanto tempo (no próximo dia 17 completarei 41 anos de paixão ininterrupta) que prefiro nem lembrar para não sentir falta das corridas por tantos meses.

Depois porque esse blog não tem obrigação de falar de nenhum assunto específico, nem mesmo F1. E por último, mas não menos importante (adoro essa frase criada pelos ingleses) é que treino é treino e corrida é corrida. Por três anos acompanhei de dentro dos boxes estes treinos de início de temporada, e, qualquer tentativa de comparação se perde nos diferentes objetivos de cada equipe, em cada treino.

Mas a corrida começou na madrugada de ontem. Acabaram-se os treinos. E o que vimos? Vimos os dois carros da BrawnGP voando baixo. Mas essa BrawnGP não foi o espólio da falecida Honda que fez uma campanha pífia no ano passado e que a crise mundial fez os japoneses jogarem a toalha? Sim, ela mesma. Mas como…?

Muita gente que passa esses meses sem corrida tendo que escrever todo dia de Fórmula 1, têm falado maravilhas do projeto do carro da BranwGP. Carro perfeito, pacote aerodinâmico espetacular, motor, câmbio e mais um monte de bobagens. Claro, bobagens na minha opinião. Pois toda essa diferença se resume no difusor. Eu mesmo não imaginaria nunca que o difusor faria tanta diferença. Quando escrevi sobre as novidades de 2009 em janeiro, não gastei uma vírgula para falar no difusor. Eu e todo mundo que escreveu antes do ano começar.

E nem merecia se escrever nada sobre o difusor. Seria igual para todo mundo. Quase igual aos pneus, que são do mesmo fabricante para todas as equipes. Mas uma interpretação do regulamento fez com que a BrawnGP, a Toyota e a Williams construíssem seus carros com difusores bem diferentes das demais equipes.

Ok, tanto papo furado e você minha cara amiga e meu caro amigo leitores do Pô, meu! (será que chegaram até aqui?) estão se perguntando “uódafãqui” é esse tal de difusor? O difusor é uma estrutura aerodinâmica que fica onde ficariam os parachoques traseiros dos carros de rua. Ele serve para direcionar o ar que passa em alta velocidade sob o carro com a finalidade de diminuir o arrasto aerodinâmico e aumentar a pressão aerodinâmica para baixo, dando velocidade, agilidade e estabilidade. Tudo de bom não é?

Assim como ter 4 rodas é tudo de bom se comparássemos com outros veículos com três ou duas rodas. Mas todos os carros correm com quatro rodas. Tudo de bom para todo mundo. Mas o difusor é um item novo neste regulamento de 2009. E três equipes, BrawnGP, Toyota e Williams interpretaram o tamanho e o formato que esse difusor poderia ter, de forma diferente das outras equipes. E isso é um diferencial tão crítico assim? Sim, é! E o difusor é determinante para que outras partes da aerodinâmica do carro fossem definidas. Ou seja, esse formato do difusor, determinou todo o projeto de aerodinâmica dos carros.

Mudar agora vai ser bem complicado, pois não existem mais treinos fora das corridas para acertar as mudanças nos carros. Muita água ainda vai rolar em discussões, tribunais e jogadas de cartolas. Infelizmente, pois para pessoas como eu, o bonito é na pista.

Mas para os torcedores do Massa (o Brasil inteiro menos eu), há esperanças. Garanto a vocês que o conjunto da Ferrari ainda é o melhor. Se hoje na Australia, aquele alemão sacana estivesse enfiado dentro de um dos cockpits dos carrinhos vermelhos, sei não, mas acho que Button e Barrichelo não teriam essa moleza não. Mas acredito de verdade que a Ferrari pode ser uma surpresa hoje, depois dessa onda de BrawnGP.

Para os torcedores do Hamilton (eu e a Inglaterra inteira), também há esperança. O difusor da McLaren está menor que o da Brawn, mas eles deixaram o difusor pronto para ganhar uma mudança, caso o regulamento fosse interpretado diferente. Portanto, fiquem de olho na McLaren, ela vai contestar a BrawnGP, Toyota e Williams, mas não vai fazer isso com muita veemência. Se eles forem aprovados, ela muda o difusor dela da noite para o dia, é só colocar um furão ali no meio do difusor dos carros dela (clique na imagem).

E vamos vibrar com os pilotos, pois eles é que são as estrelas desse show.



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6 Comentários

  • Sandra Leite disse:

    geekman,

    não, show mesmo foi “uódafãqui”:) Ameiiiiiiiiiii

  • balard disse:

    Pra aumentar a polêmica, o Barichello disse que na batida do início, a parada quebrou. Segundo ele, correu o tempo todo sem o auxílio do macete…

    • Nelson Correa disse:

      Fala Balard,

      E tu acha que aquele trambolhão do difusor ia cair e ninguém ia ver? Duvido.
      :-D
      Barrica depois de véio tá ficando brincalhão. Eu acho que foi emoção mesmo. Ele estava tenso antes da largada. Deixou de ser ex-piloto sem despedida para voltar na primeira fila com chances de vitória. Foi demais para ele.
      ;-)
      Aí na largada, dedo na borboleta de câmbio, pronto para passar para 2ª e um pouquinho de nada de pressão, jogou prá ponto morto na hora que apagaram-se as luzes vermelhas. Era melhor asumir né?

      Bom, pelo menos ele não deu aquela dançadinha ridícula no pódio.

      Abração,

  • Enio Luiz Vedovello disse:

    Com ou sem Massa e, algum tempo atrás, APESAR do Pédechinelo, eu continuo torcedor fiel da Scuderia Rossa. Mas concordo que o show deve ser dos pilotos. Gosto de temporadas com carros mais equilibrados, onde exista competição e o que conte mesmo sejam o braço, a habilidade e a coragem de cada piloto em correr certos riscos para garantir ou conquistar posições. E, nestes quesitos, digam o que disserem, mas dois pilotos, na minha opinião, são imbatíveis: o falecido Senna e o alemão sacana e aposentado.

    • Nelson Correa disse:

      Grande Enio!

      Concordo contigo em gênero número e quase grau. Passei minha vida inteira adorando a Ferrari. Queria ver um brasileiro lá. Mas quando tivemos brasileiros lá, elas eram (um ainda é) bem fraquinhos né?
      :-)
      Tô contigo quanto ao Senna e o Sacanão. Mas acho que o tinhoso do espanhol pode chegar perto deles. E tem mais, acho que o quase “Sir” Hamilton vai ficar no mesmo nível deles.
      :-D
      Abração,

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