Dois momentos da Varig

Por do Sol no céuEm dois vôos consecutivos vi a culinária da Varig pior do que a de sua nova dona, e a seguir, maravilhosa como a da Varig dos bons tempos.

Voei muito de Varig no tempo que ela era “a nossa Varig”. Até Cheguei certa vez a diamante no programa Smiles. Porém, nunca fiquei com pena da empresa pela derrocada do negócio. Ela foi paquidérmica e pesada quando o mercado impunha agilidade e leveza.

Como todo bom consumidor, sou volúvel, e mudei para quem me oferecia melhores condições ou melhor qualidade de serviço. Lamentei nossa legislação estúpida proibir que a Varig fosse comprada pela chilena Lan. Lamentei mais ainda, quando depois de ensaiar um renascimento, a Varig foi vendida para a Gol.

Nada contra a Gol. Só quero mais concorrentes e mais opções. Só isso.

Meu penúltimo vôo de Varig, semana passada, me fez querer algo que nunca pensei pudesse um dia preferir em uma refeição de avião: a barrinha servida nos vôos da Gol. O lanche ou seja lá como eu deveria chamar os dois micro objetos moles, servidos com recheio ínfimo e indeterminável, com gosto de nada, nem precisava dizer, estava horrível.

Pensei: a Gol colocou o bode na sala, em breve estaremos todos clamando pela barrinha.

– Senhor, lanchinho quente ou uma barrinha. Dirá a comissária.

– Lanchinho não, uma barrinha pelo amor de Deus.

Nesse exato instante, a uns 10.000 metros de altitude, vendo o sol se pôr no oeste, escrevo este post para afirmar que a cultura da velha Varig, parece não ter morrido. Junto com um gostoso sanduíche de requeijão com presunto em pedacinhos num pão de forma integral triplo, pudemos todos saborear de complemento, uma mousse de maracujá do céu. Simplesmente maravilhosa.

Ah a velha Varig. Teve até cafézinho. Queiram os deuses dos ventos que esse não seja o último suspiro da velha culinária dessa agora nova, Varig.

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