O que o Google me mostra sobre ler livros no Brasil
- Por Nelson Correa
- 8 março, 2007
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O Google à vezes me provoca risos, outras vezes poucas gargalhadas, e de vez em quando, uma tristeza imensa. Tudo por conta das pessoas que ele traz ao Pô, meu! através das palavras pesquisadas no seu site. O melhor exemplo de gargalhada provocada pelo search do Google foi descrito no post Sacanagem do Google.
Mas para contrabalançar o apelo que os temas pornôs têm, o segundo post para o qual o Google traz mais gente é sobre leitura. E isso me dá uma enorme tristeza, pois a maioria dessas pessoas que o Google traz, não chega ao post Últimos livros que merecem comentário só a procura de uma sugestão para boa leitura. A maioria das pessoas busca ler livros gratuitos. E isso me deixa triste, pois somos muito poucos leitores no Brasil, e tem muita gente querendo ler e não tem como pagar.
Nesse mesmo post, eu sugeri que alguma empresa comprasse edições de livros publicados há alguns anos que já tivessem passado do pico de vendas, e disponibilizasse esses livros para download gratuito em troca de um marketing altamente positivo. Junto, poderiam também ser publicados livros de novos autores que nunca tenham sido publicados ainda. Uma espécie de YOUBOOK.
Hoje eu saciava minha necessidade de leitura na Internet e encontrei uma tentativa de Youbook. É o site Scribd (aqui). Não me aprofundei nas pesquisas para ver se achava coisas interessantes em português, pois a presença do inglês é muito forte, mas percebi que existe muito material em espanhol.
Ele funciona como o Youtube, e por isso mesmo tem muito lixo também. Desde pequenos textos ou apresentações em MS Power Point, até alguns livros. Vai acabar tendo os mesmo problemas de direitos autorais como o Youtube. No Brasil existem muitos grupos que defendem o compartilhamento de livros, todos mais corajosos do que eu, que até sei onde encontrá-los na rede, mas prefiro me manter dentro da lei, e me calo. Mas juro, pela causa da leitura gratuita, sinto a tentação de me engajar.
Mas como sei que o nosso escritor é um trabalhador braçal e mal remunerado, antes de me angajar na distribuição ilegal e gratuita de livros, estou engajado na missão de propor idéias para manter a remuneração dos escritores, porém possibilitando que os brasileiros possam ler muito sem precisar gastar 50 ou 60 reais com livros por mês. Isso é irreal.
Enquanto não descobrirmos uma forma de juntar 80 mil pessoas no Morumbi para ouvir Viva o Povo Brasileiro de João Ubaldo Ribeiro, um Youbook poderia ser uma grande saída. Presidente, sei que o senhor detesta ler, mas poderia junto com aqueles maravilhosos políticos que o apoiam, elocubrar um plano para financiar e-books para o povo brasileiro. Quem sabe a Petrobras não poderia comprar livros para serem transformados em e-books e distribuídos gratuitamente pela Internet, ao invés de patrocinar o time de futebol do flamengo?
A tecnologia da informação está nos oferecendo a oportunidade única de tirar todo o custo de papel, impressão, tinta, encadernação, distribuição e outros para tornar a leitura de literatura, um hábito novo no Brasil. Vamos lá presidente, mostre que apesar de não ser a sua praia, o senhor pode se tornar um diferencial para a nossa história oferecendo literatura para o povo brasileiro. Quem sabe não dá tempo de pegar de volta os 20 milhões que o senhor deu à Bolívia para eles fazerem a reforma agrária? Sabe-se lá para que bolsos esse dinheiro vai ao chegar lá?
Nelson, um dos artigos que mais atrai usuários para meu site se chama “Brochada Animal” e trás alguns dados cômicos sobre sexo no mundo animal.
Já teve gente que chegou lá digitando “como o leão goza”… é… e os doidos estão todos soltos por aí… =D
Abraço,
Guilherme
http://www.papodehomem.com.br