Direito aos recursos naturais


Natal é uma época que muitas pessoas ficam mais sensíveis. Seja por conta da comemoração no nascimento de Cristo ou das orgias pagãs das festas comemorativas do solstício ou equinócio de inverno no hemisfério norte. Na verdade acho que o álcool ainda é o maior catalisador das sensibilidades natalinas por estas bandas calorentas do hemisfério sul.

E porque o álcool me faz vir aqui no Pô, meu! em pleno aniversário de SETE ANOS (sim, é hoje! \o/)? (*) Pois então, andando lá pela minha linha do tempo no Facebook, leio no dia 26 de dezembro (ressaca?) um post de um amigo por quem nutro extremo carinho apesar de não nos comunicarmos há alguns anos. É um cara que sempre reputei uma pessoa inteligente e adminirável. Sua publicação, cujo conteúdo era, no foco, a imagem abaixo:

Imagem: Exploração recursos naturais

O que o brancão aí de cima ganha acabando com o pretinho agachado?

Tomei um susto! Nossa! Sinal dos novos tempos que chegam por aqui. Nunca imaginei que esse meu amigo fosse comunista, marxista, socialista ou simplesmente anticapitalista. No fundo, acho essa imagem uma grande baboseira. Como se as crianças negras e famélicas da África fossem torturadas pela proibição do uso de recursos naturais por um homem branco explorador. Acreditar nisso é muito infantil.

Segundo o site Vestibular UOL, “As batalhas mais devastadoras ocorrem, hoje, em Ruanda, Somália, Mali, República Centro-africana, Darfur, Congo, Líbia, Nigéria, Somalilândia e Puntlândia (Estados declarados independentes da Somália em, respectivamente, 1991 e 1998). Esses combates envolvem 111 milícias, guerrilhas, grupos separatistas ou facções criminosas. Os países em guerra ficam na chamada África Subsaariana, que compreende os territórios que não fazem parte da África do Norte e do Oriente Médio. A região é caracterizada pela pobreza, instabilidade política, economia precária, epidemias, baixos indicativos sociais e constantes embates entre governos e rebeldes.” Nem é necessário reforçar que são africanos lutando e matando (estuprando, torturando, sequestrando, escravizando, etc) africanos.

Estimulado pelo artigo do professor Denis Lerrer Rosenfield, no O Globo, O Embuste Ideológico, pensei em sugerir ao meu amigo a comparação do desenvolvimento da Coréia do Sul, capitalista com a Coréia do Norte, comunista. Mas como ultimamente tenho considerado esse pensamento ligado ao filósofo Marx, o marxismo, como uma religião, algo apoiado em dogmas que as pessoas acreditam única e exclusivamente pela fé, desisti. E sabe como é, religião não se discute, se respeita, se tolera. Não comentei nada na publicação do meu amigo no Facebook.

Mas eis que o tempo é senhor da razão (é mesmo?). O espírito natalino do meu amigo deve ter cantado para subir com os fogos e cantos de atabaques do Réveillon. Já no dia primeiro do ano, ele e amigos curtiam esse calor saariano do Rio de Janeiro usando alguns milhares de litros de recursos do planeta, mui justamente, espero, pagos com o suor do trabalho do dono da piscina. Que por conta dela, também banca empregos na fábrica de cloro, na loja que vende o cloro, pro rapaz que cuida da piscina, pros operários que construíram a piscina, pros que fabricam as bombas d’água, pro que conserta a bomba d’água, etc, etc, etc.

Vida que segue. Feliz 2014! Um beijo carinhoso, meu querido amigo. ;-)

Imagem: Não tá fácil prá ninguém

Não tá fácil prá ninguém esse calorzão!

(*) Na verdade o aniversário do Pô, meu! foi em 3 de janeiro, quando esse texto foi escrito, e não hoje, quando esse texto foi publicado. ;-)



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