O Caçador de Pipas. Longe, muito longe



O New York Times fez comentários elogiosos. O livro vendeu mais de 2 milhões de exemplares nos Estados Unidos. Aqui no Brasil estava nas listas de mais vendidos há várias semanas. Resolvi ler O Caçador de Pipas (Kite Runner) do médico afegão radicado na Califórnia, Khaled Hosseini. É seu primeiro romance. O livro é editado pela Editora Nova Fronteira, e está custando entre R$ 21,00 e R$ 30,00 (pesquisa aqui).

O romance tem ingrediantes que ajudam a criar uma grande história, como: amizade, honra, liberdade, amor, culpa, resgate, vingança, entre outros, em doses fortes, ao longo de toda a história. Apesar de ter um texto que ainda deixa um pouco a desejar, certamente este romance teve uma forte dose de sentimento e da experiência vivida pelo próprio autor, que também abandonou seu país na época que os soviéticos invadiram o Afeganistão. Isso lhe dá vida.

Mas nada disso foi o que realmente me impressionou. Eu e o autor temos idades muito próximas, portanto crescemos na mesma época – ele em Kabul e eu no Rio de Janeiro – e foi muito chocante identificar que mesmo vivendo no mesmo planeta, experimentamos situações muito, mas muito distintas mesmo. Como aquele povo está distante da gente! Como o despotismo fundido com o radicalismo religioso os coloca tão distante de nós. Como evoluiremos como um único grupo (seres humanos), uma única raça, com tanta distância entre os extremos? E veja que certamente, nós e talvez nem eles, não estejamos nos extremos opostos.

Gostei e guardei quando o pai do personagem principal, alguém pouco religioso e muito pragmático diz que todos os pecados podem ser simplicados em um único delito: roubar. Roubam-se riquezas materiais, roubam-se a verdade, roubam-se a liberdade, roubam-se o direito à vida, roubam-se o direito à dignidade. E que todos os ladrões, além de não merecerem perdão, são desprezíveis. Deveríamos sempre lembrar disso, antes que comecemos a achar natural algumas ações de alguns tipos de ladrões que convivemos por aqui.

Li o livro em duas noites. Valeu a leitura.



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6 Comentários

  • Edvaldo disse:

    Li o livro em um dia, e fiquei emocionado também com a história. Sim, a expressão de resumir o pecado em um roubo foi sem dúvidas uma que mais me marcou durante a leitura, outra foi o fato de observar que quando deixamos as mentiras fazerem parte de nossa existência…cedo ou tarde ela nos cobra esta pendência. A verdade é o melhor caminho para tudo, pois nos livra de sofrimentos, de amarguras e também de ter uma consciência pesada! Adorei o livro e o recomendo a todos!

    Comentário do Pô, meu!
    Olá Edvaldo.
    Que bom sua visita e comentário.
    A verdade, é realmente um dos pontos chaves da história. Sempre será mais fácil arrumar lugar para dividir com a verdade do que com a mentira.
    Abraços e sucesso,
    Nelson

  • Diana disse:

    Lei el Libro: sinceramente me emocione con ese libro lo compre cuando venia de Alemania en el Aeropuerto de San Paulo, sinceramente pasaron los años desde aquella historia, cayo el Taliban del Poder, pero es muy triste ver como ese regimen sigue causando estragos en un pais, sigue separando amigos, familias y lo peor de todo es que cada ves mas… me indigna que en pleno 2007 se sigan cometiendo atrocidades, y lo peor es que ese regimen no acepta la educacion de las Mujeres….Diana


    Comentário do Pô, meu!
    Hola Diana.
    Muchas gracias por su visita e comentario.
    Yo concordo con usted. Cómo los hombres mataron y oprimieron una cultura tan rica y bela que tenian los Afganos. Estoy de acuerdo contigo, mientras las mujeres estuvieren oprimidas por la religión y por los hombres las atrocidades continuarán.
    Saludos,
    Nelson

  • Jefferson disse:

    Olá, Edvaldo
    Sobre o ensinamento a respeito do roubo: encontrei o mesmo comentário em A Sangue Frio, de Capote, escrito há mais de 4 décadas (livrão!).
    Abraços.
    Jefferson

  • RAQUEL disse:

    “Foi muito chocante identificar que mesmo vivendo no mesmo planeta, experimentamos situações muito, mas muito distintas mesmo. Como aquele povo está distante da gente!”
    Edvaldo,
    Boa noite!
    Também tive a mesma sensação ao sair da sala do cinema que dava exatamente, dentro do shopping mais luxuoso da minha cidade. Mas, depois de alguns minutos… fiquei pensando se será mesmo tão diferente nossa realidade, comparada à daquele povo. É claro que não estou comparando com minha vida e a sua… mas, de uma maneira global, sabe? Não temos facções religiosas, mas temos sérios problemas com o tráfico de drogas por exemplo. As pessoas que moram em aglomerados vivem a Guerra do Tráfico. Pessoas que vivem no Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais vivem a Guerra da Fome, entre tantas outras tristezas.
    Não há como negar que o filme é tocante e que nos coloca em uma posição de reflexão, mas precisamos tomar cuidado, para que de certa forma, não nos sintamos superiores… esquecendo assim, de nosso quintal! Dos nossos graves problemas.

    Comentário do Pô, meu!
    Oi Raquel!
    Concordo com você, ema, ema, ema, cada um com seus problemas. :-)
    Agora sério, serve como paralelo, mas realmente não podemos nos esquecer que aqui estamos também bem longe do Paraíso.
    Gostei da sua visita. Volte sempre e comente sempre que tiver vontade.
    Abraços e sucesso,
    Nelson

  • Paulo disse:

    Gostava de ter este livro..

    Abraço

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