Atire o primeiro sapato quem nunca errou

• Por Nelson Correa
• 8 janeiro, 2009
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Pode um cara que caiu da bicicleta (aqui), enfiou a cara no carpete do salão oval ao comer pretzels (aqui), quase se espatifou na arquibancada nos Jogos Olímpicos (foto ao lado), deixou o cachorrinho da dona esposa cair no chão (aqui), e outros tombos dignos de um saltimbanco parlapatão, ter agilidade suficiente para se esquivar de uma sapatada (duas!!!) a poucos metros de distância, disparada por alguém que o que mais queria no mundo, era acertá-lo? Não pode!

Aquele jornalista iraquiano deve ter treinado centenas, talvez milhares de vezes para não errar no Dia da Grande Oportunidade. Tá certo que aquela cabecinha do Bush, de olhinhos colados, não tem o tamanho de torres gêmeas de mais de cem andares, vá lá, mas direcionar um boeing contra um alvo é muito mais complicado do que o seu próprio sapato.

Só acredita que o Bush é macho o suficiente de ir, ele próprio, ao Iraque, quem também acredita que El Grande Comandante en Jefe no se fue. Eu tenho convicção absoluta, que tanto o Fidel garoto propaganda da fábrica de material esportivo quanto o Bush Rambo no Iraque são sósias perfeitos. (Alguém acredita que o Lula conseguiria abrir o olho de baixo d’água, rir e fazer sinal de positivo depois dos camarõezinhos na brasa que ele ingeriu com algum líquido transparente sem ter inundado os pulmões com aquela água límpida?)

É gente, parem para pensar. Quantas pessoas vemos nas ruas que são idênticas a outras que conhecemos? Quanto vale para todos os velhos e esperançosos comunistas, a chance de ver Fidel resistir com a força dos invencíveis, o tempo e a queda do Muro de Berlim? Quanto vale hein? Quanto vale para o futuro dos caipiras americanos ver seu presidente sem medo e transbordando de coragem fazer uma aparição no meio da terra que ele próprio transformou em inferno? Quanto vale hein? Não, não vou dar trela para o assunto Lula.

Mas voltando ao Bush. Lá mesmo naquela região, que ele quis parecer que estava presente, há uns dois mil anos, um português (eu discordo veementemente dessa versão, mas foi assim que recebi e assim que passarei adiante – por fidelidade histórica) em férias, vê um ajuntamento de pessoas de túnica na praça central. A turba irada protestava enraivecida contra uma mulher, acuada coitada, que era tratada como adúltera (coisa de corno). Quando chega um homem, de cabelos longos, barba negra e uma túnica muito clara. Parecia mais alto do que realmente era.

Ele abre caminho no meio da multidão e, afastando os mais exaltados, chega até onde estava a mulher encolhida. Muitos se afastam com medo daquela determinação. Faz-se o silêncio momentâneo, e o homem, judeu, com certeza, olhando para a multidão enfurecida pergunta:

– Quem nunca errou que atire a primeira pedra!

O português, rapidamente se agacha, pega um belo pedregulho, pois havia muitos espalhados, e arremessa, determinado, acertando a testa da pobre mulher que cai instantaneamente com um filete de sangue.

O bom homem, atônito pergunta ainda incrédulo com o que viu:

– Por que fizestes isso, ó turista que veio de longe (há controvérsias sobre a qualificação usada)?

– Ai jisúis, desta distância eu nunca errei.

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