Tem Alguma coisa errada


Corrupção? Não se pode descartar pelas ações recentes da Polícia Federal. Mas até que a justiça se pronuncie, não se pode considerar essa hipótese. Incompetência? É bem provável. Aliás, não é só local, interna, é ampla e extrapola a gestão da Petrobras.

Nos últimos dias as empresas brasileiras de capital aberto vêm apresentando seus balanços de resultados relativos ao segundo trimestre de 2014. Fiquei ultra surpreso, tá bom, mais ou menos, talvez nem tanto, mas a verdade é que a Petrobras, empresa que detém o monopólio do petróleo brasileiro, apresentou praticamente (ligeiramente menor) o mesmo lucro no trimestre recém finalizado que o Banco Itaú: R$ 4,959 bilhões para a Petrobras e R$ 4,973 bilhões para o Itaú.

É bem verdade que estamos sob o governo de um partido tradicionalmente protetor dos banqueiros e dos bancos, o Partido dos Trabalhadores, daí o Itaú ter apresentado seu maior lucro histórico. Ou não. (© Caetano Veloso). Chutes e elucubrações nunca foram o meu forte, preciso ao menos de uma rasa averiguação. Petróleo e dinheiro são duas belíssimas verticais de negócios, ambas bastante lucrativas. Mas qual a que dá mais lucro?

Fortune Global 500. Foi lá que fui pesquisar. A tradicional revista de negócios e economia americana que publica a lista das maiores empresas do planeta há várias décadas: a Fortune e sua lista anual das 500 maiores. Busquei alguns países que tinham líderes nos dois segmentos e comparei seus lucros no ano de 2013, estão no quadro abaixo, os valores estão em bilhões de dólares:

Indiscutível que as empresas de petróleo dão lucros maiores que os bancos, basta ver que as principais petrolíferas têm lucro maior que os principais bancos em cada país dos líderes. Aliás, até aqui no Brasil, no ano de 2013, a Petrobras teve lucro maior que o Itaú.

Mas a situação da empresa vem se deteriorando com uma gestão temerosa na última década, que somada às políticas públicas de preços de combustíveis represados para controle de inflação, equilibrismo na balança exterior (exportando plataformas fabricadas aqui para importá-las e usá-las por aqui mesmo – “práticas contábeis criativas”), conta petróleo (Petrobras importa combustíveis ao preço internacional e vende aqui no preço do governo – represado) e estímulo à priorização de aquisições de produtos e serviços brasileiros, estão fazendo de um negócio fantástico, uma piada de mau gosto para seus acionistas, cujo maior de todos é o povo brasileiro.

Mais um pouco, Drª Graça Foster e seus comandados, liderados por Drª Dilma Rousseff, vão acabar derrubando o paradigma de John D. Rockefeller: “O melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada. O segundo melhor negócio é uma empresa de Petróleo mal administrada”

(1) Não existe banco malaio na Fortune Global 500 2014
(2) Não existe banco venezuelano na Fortune Global 500 2014



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