Valeu Internet

Você nunca se questionou se a Internet é efetivamente algo que preste? Eu já. Várias vezes. Mais para me provocar do que por conta de alguma dúvida que ainda tenha sobre esse tema. Sou apaixonado pela revolução que a Internet está proporcionando. Preciso me questionar para não perder a capacidade de criticar e avaliar. Como seria minha noite hoje se não houvesse Internet?

Quinta-feira, ameaça uma grande tempestade de verão nessa noite muito quente de Sampa. Sozinho, estou tentando estudar para a prova de Sistema Financeiro de sábado. O email aberto. Twitter também. Messenger com gente entrando e saindo. Tudo isso é pouco para diminuir a solidão, falta música. Streaming de classic rock ajuda a embalar o coração. Rock clássico é música de quem já está cheio de fios brancos na barba. Mas os cabelos não caem. Me iludo e me convenço que é por causa do alto nível de testosterona.

A chuva vem forte. Mesmo com esse calor, a janela precisa ser fechada. Rápido. Venta também. O livro do Eduardo Fortuna, aberto na página que explica Selic e Cetip, foi poupado da chuva fria (saudade do tempo que sentia cheiro de terra molhada). Ainda bem, pois quero devolvê-lo intacto ao André. Outro André. Toca Rolling Stones na .977 Music Portal. Mas nem parece os Stones. Nem lembrava dessa música deles. Boa. Muito boa. Ruby Tuesday.

Preciso dizer aos 27 loucos (amigos?) que me seguem no Twitter que Keith escreveu e Mick está cantando: Still I’m gonna miss you… Será que lêem o Twitter do pomeu? E daí? Eu adorei a história da moça que precisa ser livre (Don’t question why she needs to be so free). Da moça que esconde (?) seu verdadeiro nome (Who could hang a name on you?). E que deve ter deitado com o guitarrista que venceu (elas não servem mais para Richards) as drogas. [Na wikipedia: According to Keith Richards in a 1971 Rolling Stone interview he wrote the song in a Los Angeles hotel room in early 1966. The topic according to Richards was a groupie he knew.]

Parou a chuva. O ar esquentou muito aqui dentro. Já não estou só. O pequeno jegue me trouxe Ruby Tuesday para ouvir quantas vezes eu quiser. E quero. Mas a janela tem que ser aberta. Não estou mais me sentindo só. Já estou navegando, buscando o que Bono e The Edge têm a ver com Ruby Tuesday. Foi a mulinha que me mostrou isso. Achei! Rattle and Hum. É uma performance fantástica do U2 para Bad. E a qualidade do vídeo no You Tube está ótima.

Droga, a chuva novamente. Será que Ju tá online? Ju, vai no You Tube e assiste esse clip: Bad. Ela ama o Bono. E eu sei o quanto ela vibra assistindo U2 ao vivo no Morumbi pendurada no meu ombro. This desperation, dislocation, separation, condemnation, revelation, in temptation, isolation, desolation. “Bad“, me disse a wikipedia, como muitas outras músicas do U2, nasceu de um riff improvisado de guitarra durante uma jam session no Slane Castle, na Irlanda. The Edge is The Musician!

Parou de chover de novo. Ufa, está quente aqui dentro. Bono escreveu uma letra para a música do Slane Castle. Percebeu que no clip de Rattle and Hum ele coloca versos de Ruby Tuesday (To a life where nothing’s gained) e de Sympathy for the Devil (Stole many man’s soul and faith). É a história de uma amigo que perdeu a vida para a heroína. Ju, estou levando um chocolatezinho da Havanna. Não se empolgue, é daqueles que acompanha o cafezinho. Mais uma pancada de chuva!

Há a Internet. Hoje deixei um momento de solidão, viajei, conversei, aprendi, ri, escrevi. De cara limpa, musiquei minha alma. Vou abrir essa janela. Quero respirar um ar mais frio que o meu sangue. Relaxar. Dormir. Torcer para passar rápido as horas para poder beijar Cris, Ju e Dani. Não, não é larica, é minha fome noturna. Mas vou dormir sem dar bola prá ela. Valeu Internet.

P.S. Hoje vai assim mesmo, sem nenhum link. Prometo fazer o trabalho direito e encaminhar quem quiser me seguir nessa viagem. ;-)

P.S. Atualizado. Todos os links já estão aí, divirta-se! :-D

Você gostaria de receber as atualizações do Pô, meu! por e-mail? Clique aqui.

7 Comentários

  • Marcelo disse:

    Puxa, não conhecia essa sua veia poético-musical. Ou é necessário o efeito da chuva e da solidão para que ela venha à tona? :-)).

    De qualquer maneira, eu sou um dos 27 loucos que te seguem no Twitter e li seu comentário, que me fez lembrar de coisas nostálgicas (sempre que escuto Ruby Tuesday eu me lembro de coisa do arco da velha) e o dia ontem estava mesmo ótimo para isso; não um clima de fossa, mas um clima de passado que não volta mais.

    Ah, e valeu pela dica do clipe.

    Grande abraço!

    Comentário do Pô, meu!
    Marcelão,
    Antes de mais nada, obrigado pelo sombra no Twitter. :-D
    Agora, quanto ao lance da veia poético-musical, nem sei se ela existe mesmo. Só acho que a gente na disputa do dia-a-dia, acaba escondendo um montão de coisas que poderiam nos fazer muito bem. Acabamos desenvolvendo outras habilidades, como: reclamar do chefe, xingar no trânsito, criticar o vizinho e outras baboseiras mais.
    Ruby Tuesday… e tinha gente que só conhecia Angie. ;)
    Abração,
    Nelson

  • Sandra Leite disse:

    Nelson, o geekman poeta!

    Você é a antítese do ser e eu sou a mais” mexica” (novela Usurpadora) , porém mineira :)
    Achei tão linda a declaração de amor a sua família neste post!
    Em meio a músicas lindas, relexões sobre o tempo, a internet, a falta de tempo, etc…você resgistrou o quanto esses valores são importantes pra ti. E eu que julgava os nerds frios, preconceituosa que sou né? :P
    Geekman, já falei uma vez e reitero: você escreve muito bem. E é leve, nada dark-deep, exterioriza com muita propriedade seus sentimentos…

    Falou, geekman! Bom final de semana :)

    PS: pq o Rio de Janeiro continua lindo!!!!!!!!!!!!!!

    Comentário do Pô, meu!
    Sandra, quantos poetas cerraram a testa de indignação com essa sua comparação. Poeta? Menos… e quem te falou que sou geek? Ok, sou sim… :-D
    Mas o maior problema do Rio de Janeiro é que todo carioca e quase todos visitantes continuam achando ele lindo. E ele vai sendo destruído, destruído, destruído. E ninguém critica, pois criticar poderia ser confundido com não achá-lo mais lindo. Isso é triste. :'(
    Obrigado.
    Abraços,
    Nelson

  • Andou sumido, Nelson!!!
    Mas o texto primoroso compensa o sumiço…
    É bom ler alguém falando sobre internet sem cair nos lugares comuns de sempre.

    Comentário do Pô, meu!
    Oi Enio,
    Sumido é quase que uma constante né? Mas tenho sempre saudades e volto correndo. :-D
    Adoro o que a Internet fez, tem feito e vai fazer com a civilização desse planeta.
    Obrigado garoto!
    Abração,
    Nelson

  • Ju disse:

    Chocolateee!!! =D

    Saudades, pai!

    Beijãããão

    Comentário do Pô, meu!
    Ju, ainda bem que chocolate é uma droga lícita. :-D
    Fica mais fácil manter seu vício.
    beijão,
    Nelson

  • Cris disse:

    Nelsão, amei, sem suspeita nenhuma, amei o texto porque o autor amo há um tempão . Aliás, não é de hoje que seus textos me pegam de jeito. E a chuva com calor, hein…”É preciso chuva para florir…” Beijão, faltam só umas 20 horas pra gente se ver e se beijar de vera.

    Comentário do Nelson

    Ando devagar
    Porque já tive pressa
    Levo esse sorriso
    Porque já chorei demais

    Hoje me sinto mais forte
    Mais feliz quem sabe
    Só levo a certeza
    De que muito pouco eu sei
    Eu nada sei

    Conhecer as manhas e as manhãs
    O sabor das massas e das maçãs
    É preciso amor pra poder pulsar
    É preciso paz pra poder sorrir
    É preciso a chuva para florir

    Tocando em frente, de Almir Sater e Renato Teixeira

  • Paulo Corrêa disse:

    É, seria a chuva de Sampa? A solidão? Ou ainda o Ruby Tuesday? Não sei, porém o efeito foi muito interessante. A família é suspeita pra falar. Mais interessante ainda foi (re)ouvir Ruby Tuesday. Fez me lembrar da pick up Garrard (com strobos) e os velhos LP’s (vinil), que ouvia no sótão da David Campista (na época que isso tocava já não subia mais no telhado…). Agradáveis lembranças…(quando não se falava em internet ou mesmo computador). Valeu, irmão!

    Comentário do Pô, meu!
    Ah, aquele sótão da David Campista. Um dia conto suas histórias. Não posso deixar de contar. Um dia…
    Valeu irmão.
    beijos,
    Nelson

  • icommercepage disse:

    Concordo, você escreve muito bem, isso é que é diário virtual, podia até virar um livro ou que sabe, no mínimo, um belo conto. Continue assim, você leva jeito.

    Comentário do Pô, meu!
    Obrigado. Muito obrigado mesmo.
    Abraços e sucesso,
    Nelson

Deixe uma resposta para Paulo Corrêa Cancelar resposta