Pode ser divertido dizer não


Bagagem de mãoSe você viaja de avião com uma certa frequência, certamente já ficou irritado com a maneira que a maioria das empresas te trata no check-in. Ou nunca ficou? Se não ficou, ou você é ultra-zen ou é completamente zen noção.

Para não pirar e não perder a linha, eu procuro formas de me divertir nestas situações. Quer saber como? Fácil, como minhas viagens são sempre rápidas, um ou dois dias, uso sempre minha malinha cachorrinho tri-flex, onde coloco laptop, objetos para trabalho e roupa. Que obviamente, por ser pequena, vai comigo na cabine do avião. Nada de despachar bagagem e muito menos incomodar os companheiros de viagem com malas gigantescas na cabine.

Mas como você está sem bagagem, as meninas que trabalham nas empresas de aviação, no check-in, quase sempre te pedem para colocar aquela etiqueta de identificação com as cores da companhia mostrando por qual empresa você vai viajar. Já experimentou perguntar para elas o motivo de ter que usar aquela etiqueta? Nunca? Ah, pergunte.

Veja bem, se fosse obrigatório, elas só pediriam licença e colocariam a etiqueta. Mas como não é, elas pedem para colocar a etiqueta do merchandising da companhia aérea. Já experimentou perguntar o que você vai ganhar em troca de fazer a propaganda de graça? Não me diga que não? Nem negociou duas barrinhas ou um copo a mais de suco? Experimente negociar a propaganda na sua bagagem de mão com elas. O diálogo é sempre surreal.

Hoje eu já estava ficando irritado com a demora do check-in, a fila não andava, o horário chegando perto e eu com vôo de conexão para fazer. Aí chega a menina da etiqueta, adiantando o trabalho da outra, que fazia o check-in no balcão:

– O senhor vai despachar bagagem?

– Não.

– O senhor leva objetos cortantes na sua bagagem de mão?

– Não.

Aí, já descolando a etiquetinha colorida e se curvando para a minha “cachorrinho” para colá-la na alça, pergunta?

– Posso colocar a etiqueta de bagagem?

– Não.

Ela congelou. E a expressão que ela fez foi ótima. Ela deve ter me achado o maior maluco do mundo. E eu firme, segurando o riso. Coitada, ela ficou tão frustrada, talvez nunca tenha ganhado um “não” nessa situação. Depois de passado o susto, desarmei a seriedade e esbocei um sorriso para ela. Mostrei que não havia raiva na minha resposta, só firmeza de posição: propaganda gratuita, não!
:-D



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2 Comentários

  • Nine de Azevedo disse:

    Nelson ,nunca disse nao para as etiquetas, mas posso bem imaginar a cara de surpresa da mocinha! já disse num dia de muito mau humor para uma pessoa que perguntou se estava incomodando uma conversa em tété a tété ,que ela esta incomodando sim!A pessoa literalmente quase desmaiou!Foi bom, meu mal estar até passou porque dei risada. bjs

    • Nelson Correa disse:

      Oi Nine!

      Sabe de uma coisa, descobri uma coisa boa que a gente ganha com a idade: a prerrogativa de voltar a ser politicamente incorreto, como as crianças, para determinadas situações. Eu tenho perdido a vergonha disso.
      :-D
      beijos,
      Nelson

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