Já fizemos muita merda



Ford Corcel 1969

Ford Corcel 1969

Comentário de Osmar, em 9 de agosto de 2008, no artigo Com carros iguais sei quem vencerá:
Você está de quarentena ou não quer comentar a ultrapassagem que o Hamilton levou na largada?

Sei lá se estávamos em 1980, 81 ou 82. Pode ter sido em 1980, em 1981 e também em 1982. Só sei que a Av. Ayrton Senna, na Barra da Tijuca (Rio de Janeiro) se chamava há pouco tempo Av. Alvorada. Ela era (ainda é) paralela à pista do Aeroporto de Jacarepaguá. Já contei aqui no Pô, meu!, trabalhei como mecânico de helicópteros e aviões entre 1979 e 1986. Morava no Humaitá, e todo dia lá ia eu para a Barra da Tijuca, economizando gasolina no meu Corcelzinho Coupê 1974 verde mangueira. Horroroso, mas poderoso e valente o meu velho “Hulk”. Tratado com carinho, mecânica feita por mim, um esforçado aluno de dois mestres mecânicos: o primo Joaquim e o amigo do peito Zezinho Maluco (José Peixoto, o maior piloto de rua que conheci).

Ford Corcel 1969
Ford Corcel 1969

Vindo da Av. das Américas, entrava na Av. Alvorada, passava em frente ao portão do Aeroporto de Jacarepaguá do outro lado da pista, seguia até o próximo retorno, contornava à esquerda e mais uns 500 metros, entrava à direita no portão principal do aeroporto. Na maioria das vezes esse trajeto era feito com pedal do acelerador em cima, economizando a gasolina, pois além de não ganhar muito, a distância de casa para o trabalho era imensa.

Na maioria das vezes, eu disse acima. Pois essa bucólica imagem da Barra da Tijuca vazia, sem prédios, com o vidro aberto e o vento suave batendo no rosto e meu traqüilo “Hulk” a 70km/h se transformava quando um Dodge Polara 1800 “catucava” o pára-choque traseiro do meu Corcelzão. Depois do susto, olhava para o espelho retrovisor e via um sorriso grande sob os cabelos cacheados do Joca. João Américo de Miranda, chefe do meu chefe, maior chefe que tive em toda a minha vida. Tava me chamando pro pega. Descia uma, de quarta para terceira, esticava o giro do motorzinho 1.400 até o limite de flutuação das válvulas, chutava a embreagem e jogava uma quarta novamente, para logo em seguida chamar duas para baixo e, entortanto o “Poderoso Hulk” fazer o retorno e tentar chegar na entrada do aeroporto na frente do Joca.

Outras vezes, olhava de longe um Puma branco conversível lá na frente. Será que é o Mazinho? Era a pergunta que me vinha logo à cabeça. Ia bem prá direita, quase no acostamento, e chamava o Corcelzinho prá rinha. É claro que ele me via antes, acho que a gente sempre esperava chegarmos juntos ali na Av. Alvorada. Nem sempre acontecia. Fizemos alguns Xis históricos naquele retorno. O Osmar foi um dos poucos caras que eu respeitava o braço. Fora isso, foi um parceirão de sueca e um freguês no gamão. Grande amigo que me deixou feliz saber que anda por aqui lendo o Pô, meu! ;-)

Estou sim de quarentena meu amigo Osmar. Escrever é um prazer que me cobra somente estar de bem com a vida, nem que seja por momentos. Depois da corrida passada, quase escrevi sobre o que achei daquela loucura toda que aconteceu com o Massa. Fica melhor agora, com quase três semanas passadas. Veja meu ponto de vista:

A largada do Felipe foi incrível, vibrei muito, independente dele ser brasileiro ou de eu ser um torcedor do Hamilton. Sozinho no quarto do hotel em Curitiba, minhas primeiras palavras depois do “Ca%$@##ralho que maravilha!” foram: alguém está dopado. Sim, essa largada tinha muito mais a cara do Lewis que do Felipe. Imaginei logo que depois daquela largada estupenda, Massa abriria uma Av. Alvorada do Hamilton já na primeira parada nos boxes. Mas o que vimos? Um controle quase absoluto de aproximadamente 2 segundos de diferença entre Massa e Hamilton. Muito estranho para quem deu um bote fantástico na largada.

Hamilton furou o pneu e a expectativa de vitória de Massa abrindo uma bela dianteira no mundial era quase uma realidade, quando o motor da Ferrari que liderava a prova abriu o bico. Lá atrás, o tempo todo, vinha a outra Ferrari do atual campeão do mundo, rodando o que ela era capaz de rodar naquela prova. Naquele momento confirmei minha suposição, havia sim doping. Tiraram tudo, estrangularam o motor da Ferrari do Massa. Doparam quele motor e tentaram administrar as conseqüências. Não deu. Esqueça o azar meu amigo. E esqueça também esses arroubos do Massa, pois com carros iguais, nunca o Felipe vai pular de segundo para primeiro nas costas do Hamilton. :-D

P.S. Amanhã em Valencia, quem estará nas costas do Felipe é o Lewis. :-P



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6 Comentários

  • Eu considero o Massa o melhor piloto da atual geração de brasileiros na F1, o que entretanto não o classifica exatamente entre os melhores do mundo. Continuo torcendo pela Ferrari porque a única época da minha vida em que não torci pela Escuderia Vermelha foi quando o Senna corria. Aliás, penso se a equipe teria passado pela crise que passou se o tivesse tido como piloto.
    Mas o que mais gostei no texto foram as descrições dos “rachas” e o fato de saber que você também gosta de gamão, apesar de eu não ser um bom jogador.

    Comentário do Pô, meu!
    Grande Enio,
    Adoro Gamão!!!!
    Mas ando sem jogar há muito tempo, pois contra computador não tem mais graça. :P
    Abração,
    Nelson

  • Rayana disse:

    Não estou muito certa quanto ao visual do blog, sou muito chata quanto a isso e já achei vários problemas visuais naquele layout rgb :P
    Estou testanto outros pra ver no que dá :)

    Comentário do Pô, meu!
    Ray,
    Use a técnica do K.I.S.S. ou seja, faça a coisa simples.
    É bom lembrar que o visual pode ser mudado a qualquer momento. Começa a gerar conteúdo e vai em frente.
    ;-)
    beijos,
    Nelson

  • Osmar disse:

    Nos pegas tinha o Álvaro também, no Passat TS e eu no Puma com comando P2. Do Barra Shoping até a Praça do “O”, ou no sentido contrário ( manhã/tarde) de pé no fundo sem aliviar e zero trânsito para atrapalhar. Antes do Puma tive o Maverick, todo dia botava 160 na Av das Américas, antes já vinha entortando sozinho pelo Alto da Boa Vista. A ida e volta para o trabalho era pura diversão.
    Nelson, este Puma (ZY5560) existe até hoje, a uns cinco ou seis anos o meu amigo para quem eu vendi em 1984 vendeu para alguém de São Paulo. Hoje quando passo lá pelos pardais, com o juízo dos 50, as vezes me lembro destes idos tempos e das tantas “merdas” que fizemos. Mas, te confesso que um dia destes sozinho (voltando de um jantar de negócios) de madrugada no Alto, que só tem um pardal, com os 150 HP e freios de hoje desci dos 50 anos botei o tiptronic em ação e…passei dos limites como nos velhos tempos. Já pensou nestes 150 HP naquela época?

    Comentário do Pô, meu!
    Pô Osmar,
    Tu perguntou da ultrapassagem do Massinha em cima do Hamilton, dei a minha opinião, mas eu sabia que o coroa (de 50 prá cima) ia se empolgar e botar prá fora todas as outras merdas que fazia de Maverick e Puma. E ainda confessou uma merda atual!
    :-D
    Abração,
    Nelson

    P.S. Tens ainda contato com o Álvaro? Se tiver, me manda.

  • João Américo de Miranda disse:

    Nelson
    Estou com saudades dos pegas,vamos combinar com o Osmar e matar a saudade no kart,te aguardo.
    joca

    • Nelson Correa disse:

      Grande Joca!!!

      Que bom te ver por aqui.
      :-D
      Isso não anda tão atualizado como era no passado, mas estou sempre por aqui.

      Adorei a ideia. Na minha próxima ida aí perto do aeroporto, vou te visitar.

      Abração,
      Nelson

  • Zezinho Maluco disse:

    Legal..

    Nao tinha visto este post.
    Morri de rir, mas ja fizemos muiiiiiita merda! Com classe, claro. Nunca machuquei um ser vivo o que e um feito pra ser ligado diretamente ao post do Salmo 91…
    Protecao pura!!!
    As gincanas da TV Tupi e do Caicaras agradecem. ..

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