Essa vaga não é sua


Venho recebendo através de tudo quanto é lugar (Twitter, Facebook, e-mail) um chamado para uma campanha que não sei onde começou, acho até que isso nem é fundamental, mas que desde sempre teve o meu apoio. É triste constatar que a gente ainda precise desse tipo de alerta aqui nesse país, mas seria mais triste se não houvesse pessoas preocupadas em ajudar a educar aqueles que só pensam em si. Especificamente, a campanha tem foco nos canalhas que não respeitam as vagas de automóveis reservadas para deficientes físicos. Mas vale para todos os canalhas que não respeitam as leis mínimas de convivência em sociedade.

Há uns 10 ou 12 anos, antes de me mudar para São Paulo, eu morava em Teresópolis, na região serrana do RJ. Trabalhava no Rio, em Brasília, em São Paulo e onde mais houvesse necessidade de estar por conta da profissão. O aeroporto Santos Dumont já era bem acanhado em oferta de vagas para automóveis, que iam escasseando ao longo da semana, provavelmente por conta de pessoas que como eu, deixavam seus carros no estacionamento do aeroporto e embarcavam para fora da cidade, só voltando alguns dias depois.

Pois então, estava eu na fila para entrar no estacionamento em uma quarta-feira no meio da manhã. Esperávamos a saída de algum carro para que outro pudesse entrar. De repente, um belíssimo carro importado passa por toda a fila e furando a vez de todo mundo entra antes de qualquer um dos “bobões” que esperavam paciente e ordenadamente sua vez. Quando cheguei no guichê de entrada, muito puto aborrecido, fui tomar satisfação com o segurança e fiquei sabendo que um certo locutor esportivo famoso estava atrasado para seu vôo, com o avião na pista só esperando ele, por isso entrou antes de todo mundo. Indignado e proferindo muitos impropérios (será que estou ficando velho escrevendo estes termos?), entrei logo, pois eu também já havia perdido meu vôo. Caminhando para a saída do estacionamento, qual não foi minha surpresa ao ver o carrão do “espertão” “bobalhão” parado na vaga reservada para deficientes, perplexo parei e, primeiro, lamentei não ter uma câmera comigo, depois, perguntei mentalmente: – Isso pode Arnaldo?

Nem é preciso ir tão longe no tempo, nada mudou, talvez só tenha piorado, o melhor exemplo são os assentos especiais (idosos, deficientes, grávidas, etc) no metrô, onde tem sempre um espertão ou espertona fingindo dormir. Certa vez um bobalhão ocupava um banco duplo sozinho, todo arreganhado, fingindo dormir. Eu já havia percebido que ele abria o olho em cada estação. Numa das estações do meu caminho, uma senhora entra e fica em pé, sem coragem de pedir ao canalha que se compusesse e deixasse ela usar a outra ponta do assento. Pois eu fui lá, dei uns tapinhas no ombro dele e só mexi o olho indicando que eu queria sentar. Ele se ajeitou e no mesmo instante dei o lugar para a senhora.

Taxista infringindo a lei

Rua Senador Vergueiro, esquina com Barão de Icaraí. É proibido estacionar!

É super comum no estacionamento do supermercado que costumo ir aqui perto, no bairro, o controlador do estacionamento me oferecer a vaga de deficiente quando o estacionamento está cheio. Nem é preciso dizer que faço sempre o papel de “otário”, negando a oferta e esperando a liberação de uma vaga. A foto aqui ao lado mostra o pouco caso de quem deveria ajudar a educar, coibindo práticas ilegais, mas não está nem se preocupando com isso (pouco caso ou corrupção?). Na rua Senador Vergueiro, equina com Barão de Icaraí (e em vários outros pontos da cidade) táxis param em qualquer lugar fazendo ponto onde até é proibido estacionar. Esse Meriva aí da foto fica todo dia ao lado da placa de proibido estacionar. Já cansei de ver carros da Guarda Municipal e da Polícia Militar passarem sem nem dar uma piscadinha de farol.

Ah, mas estamos (Rio, a cidade maravilhosa) concorrendo ao título de patrimônio mundial da humanidade em 2012. Uhu!!!! Vai ter festança!

P.S. Não podemos desistir de mudar a atitude das pessoas para tornar mais saudável a convivência nas nossas cidades.



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