Débil mental


Bentinho e Capitu - descoberta do primeiro amorO termo Debilidade Mental vem da psiquiatria clássica e é o conceito utilizado para designar a pessoa que apresenta um déficit na capacidade intelectual. O déficit é classificado desde a categoria limítrofe até o chamado retardo mental profundo. É assim que a Drª Daniele Rosa Sanches inicia seu trabalho Debilidade Mental e Clínica Psicanalítica publicado em 2006.

Saiu no G1 que o advogado do acusado já entrou com recurso pedindo a constituição de um novo júri, alegando problemas mentais do cliente. Disse o causídico do réu que: “Ele é ex-PM reformado e interditado judicialmente por conta da doença. Os jurados não podem ignorar uma prova técnica”. O defensor do acusado pediu ainda a transferência do réu para um hospital psiquiátrico.

Interessante que hoje mesmo, o ex-prefeito do Rio de Janeiro, no seu ex-blog, protesta contra a declaração do Secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, o gaúcho José Mariano Beltrame, que na verdade, só fez constatar um fato: “Neste Estado se criou há muito tempo a cultura de matar. Meteu-se nos meus negócios, mato. Interrompeu a minha trajetória criminosa, mato. Se identifico um policial ou bombeiro (em um assalto), mato”. Está na hora de a sociedade se perguntar que tipo de cidadão está produzindo.” (*PS1)

– Me chamou de palhaço só porque avancei o sinal (furei o farol em paulistês), mato.

Deve ter sido isso que o problemático mental pensou quando, após avançar o sinal, deu marcha a ré sobre o cidadão que tentava atravessar a rua, saindo de uma pizzaria na Tijuca, bairro tradicional do Rio de Janeiro, com três adolecentes (dois filhos e um amigo dos meninos). Como só derrubou o indignado cidadão, o problemático mental pegou uma barra de ferro e golpeou-o para matar. Foi essa a conclusão do júri que o condenou a 14 anos de prisão ontem a noite. Sorte que apesar de afundamento craniano, 2 meses em coma, 5 cirurgias, 71 dias internado e ainda com dificuldade motora, o cidadão-que-ainda-se-indigna não teve sequelas neurológicas.

Isso certamente servirá de lição para os outros sequelados mentais que resolvam matar os cidadãos-que-ainda-se-indignam com o avanço de sinal, carros estacionados sobre as calçadas, carros circulando nas ciclovias, circular nos acostamentos, estacionamento em local proibido, estacionar em fila dupla, mijar unirar na rua, táxis piratas, vans (peruas em paulistês) piratas, camelôs e o escambau. Pior é que acho que não servirá de exemplo nenhum. Que os advogados que leem o Pô, meu! me ajudem. Sem contar que o cara arrume uma internação psiquiátrica, ele pode ser primário, vai ter redução de pena, bom comportamento e outras maravilhas que só engrandecem a defesa dos direitos humanos, e, em no máximo 1 ano, já estará em regime que permite sair da prisão de dia, e mais um aninho, livre, leve e solto.

Estou começando a entender quando ouço alguém dizer que, ao invés de defender os direitos humanos, prefere defender os manos direitos. Os errados deveriam se dar mal, sempre.

P.S.1) Caro ex-prefeito, o gaúcho Beltrame foi muito mais carioca que o senhor ao revelar que se preocupa com o problema e anseia por uma solução. Pois são os cariocas que acham que não importam as merdas coisas erradas, pois o Rio se basta com a nossa hospitalidade, nosso espírito festeiro, nossa malemolência e as nossas belezas naturais, que estão ajudando a acabar com essa maravilhosa cidade.

P.S.2) Enquanto isso, o débil mental, esquizofrênico ou portador de qualquer outra sequela mental (seja lá como os psiquiatras o classificam), Charles Manson, cumpre sua pena perpétua, sem reduções ou facilidades, em certo país do norte.

P.S.3) Para levantar o astral, fechando o tema “Débil mental”, nada melhor que relembrar os caras de mais alto astral que já vi, não cariocas que nem precisariam solicitar o passaporte carioca, pois nasceram cariocas fora do Rio, os Mamonas Assassinas cantando a paródia rock-metal-pesado: Débil mental. Clique no player abaixo para ouvir (não estresse, demora uns 15 segundos para começar). A letra toda está ali depois do player, com tradução e tudo.

Walking in the dark / now there’s just some cookies / it’s not for you / I know it’s not yet / I just can’t explain / it melts in my mouth / Dying to me now is popcorn / Can’t you understand? / Can’t you understand, boy? / So, shake your head / So, shake your head, sucker! / No more ideas, it’s over

Caminhando no escuro / agora há apenas alguns biscoitos / não é para você / Eu sei que ainda não é agora / Eu não posso explicar / ele derrete na minha boca / Morrendo para mim agora é pipoca / Você entende? / Você entende, rapaz? / Então, sacuda sua cabeça / Então, sacuda sua cabeça, babaca! / Não há mais ideias, acabou.



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10 Comentários

  • Chantinon disse:

    Nelson,
    Já fui vitima de inúmeros assaltos. Inclusive já reagi a um e tive que testar minha sorte ao livrar-me de todas as balas que o bandido tinha no revolver.

    Quando olho o passado, no tempo que os senhores de engenho andavam com suas armas, que os revolucionários dos anos 60 andavam armados, e mais lá para trás quando os colonizadores ou os cowboys andavam municiados, vejo que estamos em total regressão, ainda mais quando penso eu mesmo em andar armado.

    Fiz campanha para o desarmamento… Lembra do plebiscito?
    Nunca ninguém teve argumento para mudar minha opinião contra armas.

    Até que dois casos…
    Li um texto em algum lugar, que explicava o por quê do governo petista apoiar o desarmamento. Hitler fez o mesmo na Alemanha, e tirou de toda a população qualquer chance de pensar em reação. Se não me engano Chavez fez o mesmo no país vizinho.

    Um belo dia vi nas notícias da pacata João Pessoa, capital da Paraíba, que um senhor de 76 anos, militar aposentado, matou a tiros um jovem de vinte e poucos anos numa briga de transito.
    A historia segundo os país da “vitima” era triste e cruel.
    Mas a realidade foi que o pacato senhor estava na sua rotina, quando por acidente colidiu (uma batida de nada) na traseira de um carro cheio de jovens, que desceram do veiculo exibindo seus músculos e tatuagens, cheios de testosterona e ainda altos da noitada que viu o dia nascer. O líder partiu para cima desse octagenário soltando insultos e o ameaçando. O senhor pegou sua arma no carro, pediu para o rapaz se afastar, coisa que além de não fazer, acreditou que dominaria aquele franzino velhinho. Claro, um militar, homem experiente e sabendo que iria se tornar estatística, mandou bala.
    Esse cidadão agiu errado?

    Não temos como confiar no estado, não podemos confiar na imprensa, a justiça é benevolente com qualquer um em pé de igualdade, seja você um traficante ou um cidadão de bem… Infelizmente, nosso país virou uma terra sem lei.

    Desculpe, sempre faço comentários gigantescos :D

    Abraços

    • Nelson Correa disse:

      Chantinon,

      Que isso? Fala sério meu amigo, você já passou por uma situação dessas? Que bom que você foi mais sortudo que os caras.

      É claro que lembro do plebiscito, foi ontem. E eu fiz campanha pelo Não.

      E concordo contigo meu amigo, sem uma justiça que preste, nenhum país presta também.

      E aqui no Pô, meu! você pode escrever o quanto quiser. O espaço é seu!
      ;-)
      Abração,

  • Enio Luiz Vedovello disse:

    Débeis mentais somos todos nós, que permitimos que esta nossa p%&%$#Q% de pais tenha chegado ao estado que se encontra. E nada fazemos a não ser reclamar no vazio.
    Abraço, Nelsão!

    • Nelson Correa disse:

      Grande Enio,

      Bom te ver por aqui garoto.

      Olha, eu concordo contigo. Por isso eu tento fazer a minha parte: votar com responsabilidade.

      Escolho meu voto analisando vários aspectos do candidato. Lembro e acompanho o que meus candidatos eleitos estão fazendo. E às vezes mando email para eles.

      Fora isso, falo aqui nesse canto, que é quase nada, eu sei, mas falo também com motoristas de táxi, jornaleiros, vendedores de lojas, caixas de restaurante, etc, etc, etc…

      Abração,

      P.S. Já pensei em me mandar, seria uma solução, mas acho que na minha idade, é mais difícil arrumar uma colocação. Então vou esperar os filhos. Se eles se mandarem, vou na aba.
      ;-)

  • Oi Nelson!

    Acho que sou otimista demais, ou faltam-me anos para sê-lo de menos.

    Ainda acredito que é possível mudar o nosso [âmbito Brasil] final. É uma crença que esbarra em “Lulas”, “PT’s”, “PMDB’s”, “Ditabrandas” e “débeis mentais”. Esbarra mas ainda não vergou por isso.

    Sigamos.
    Talvez talvez descubramos que não há final para o túnel…
    Mas ainda quero crer que haja luz e final para ele!

    Beijos!

    PS: Adorei que você tenha nos feito lembrar dos Mamonas Assassinas. Na realidade, não deveríamos nunca esquecê-los…

    • Nelson Correa disse:

      Oi Susanna,

      Olha, eu estou com você. E não é uma questão de idade no meu caso. Eu sou chato prá caramba, e sou do cara que faz sinal negativo e aponto que o cara parou no sinal em cima da faixa de pedestres. Reclamo com o motoqueiro quando ele quer transformar a calçada em rua, ou o ciclista que acha que a ciclovia compartilhada com pedestre (ex. Aterro do Flamengo) é velódromo.

      Se eu não tivesse esperança que isso fosse mudar, não brigava mais.

      Às vezes dá uma canseira ver tanta sacanagem e nada acontecer pros caras. Mas aí o jeito é ouvir uns carinhas “prá cima” como os Mamonas para retomar a disposição.
      ;-)
      beijos,

  • Nine disse:

    Nelson no outro dia estava comentando com a Susanna justamente que um amigo meu foi levar a mae ,uma senhora de 78 anos para almoçar num pacato domingo no Santana (bairro de SP).Qdo viu um brutamontes espinafrando uma moça desacompanhada por causa de vaga no estacionamento.Ele todo cavalheiro foi pedir ao selvagem que maneirasse que havia outras vagas e tal…qdo o individuo deu um soco no meu amigo ,derrubou-o no chao e fugiu!Resultado dessa agressao:um nariz quebrado ,um problema na coluna (ela caiu de costas) e a pobre mae que teve um infarto, mas graças a Deus sobreviveu!pergunte se ele foi parar na cadeia ? mas nem!Como diz o Boris Casoy é uma vergonha!

    • Nelson Correa disse:

      Oi Nine,

      Caramba, coitado do seu amigo.

      Olha, se fosse eu ia tomar a mesma porrada.

      Tem uns caras que são muito animais. Mas o que ajuda no desenvolvimento destas bestas é a impunidade. Se fosse preso e julgado, ia acabar tendo que pagar umas 20 cestas básicas e pronto.

      É mesmo uma vergonha. Sabe que eu gosto do Boris, mas acho aquele batom que ele usa na TV uma coisa horrorosa.
      :-D
      beijos,

  • Dayse Corrêa disse:

    Hi brother! Um outro artigo seu me levou à atualização na leitura. Agora me diga: todos os que matam não são débeis mentais? Já imaginou se a defesa resolve adotar esta tese? Quanto ao Judiciário uma observação: apenas aplicam as leis. Melhor falar de quem faz as leis!! Kisses!

    • Nelson Correa disse:

      Hi sister,

      Olha, esse assunto é delicado, mas acho que muitas vezes mata-se no calor de uma situação extrema qualquer. Existem diversas situações que podem levar o ser humano próximo desse limite. Mas não admito que uma pessoa que avança o sinal de trânsito colocando em risco a vida de outras pessoas, e ao ser questionado da estupidez, faz outra maior. Isso é inadmissível!

      Quanto a esse negócio de juiz aplicar a lei, há controvérsias. Os juízes aqui no Brasil “interpretam” as leis para fazer justiça. Isso é o troço mais sem vergonha que já vi na minha vida. Meu sonho é que um dia, 98% dos casos que batam na justiça possam ser julgados de forma binária. Tá certo ou tá errado. Nossa vida seria muito melhor. Principalmente porque … deixa prá lá.
      :-D
      kisses,

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