Política é como cocô de bebê

Cocô se limpa

Quem já foi pai ou mãe há de se lembrar das primeiras limpadas de fraldas. A criança chorando, o cheiro de merda, e você pegando seu filhotinho com cuidado para não resvalar em você aquele “caldo” de nova vida.

O Estado de São Paulo hoje (22 de abril de 2007), aniversário do início do Brasil. Pequena nota assinada pelo jornalista Carlos Marchi ao pé da página A4, afirma que é oficial que o governador de São Paulo (sr. Serra) fez um trato com o presidente da república (sr. Lula Silva), loteando a presidência da república, o governo do estado de São Paulo e a prefeitura da cidade de São Paulo para as eleições de 2010. Ao primeiro caberia a presidência, e ao partido do segundo, os outros dois cargos.

No meio da crise ético-político-criminosa do mensalão, em meados de 2005, quando o governo, seu partido (o PT) e demais comparsas, fizeram uma grande lambança, o famoso filósofo brasileiro, sr. Roberto Mangabeira Unger, escreveu:

“Afirmo que o governo Lula é o mais corrupto de nossa história nacional. Afirmo ser obrigação do Congresso Nacional declarar prontamente o impedimento do presidente. Desde o primeiro dia do seu mandato o presidente desrespeitou as instituições republicanas.”

Dias atrás, o chefe do governo mais corrupto de nossa história nacional, nas palavras do sr. Unger, convida o próprio sr. Mangabeira Unger para ser o 36º ministro desse governo que segue firme, para em breve, talvez, ter junto ao chefe, 40 ministros. Isso me lembra uma história infantil das arábias.

Assim como nas primeiras limpadas de fraldas do Daniel (meu filhão), meu reflexo é quase vomitar com essas histórias da nossa política recente. Mas do mesmo jeito que a gente tem que encarar as merdas nas fraldas de nossos pequenos filhotes, sem fingir que não cheiram e não existem, devemos encarar de frente a política brasileira, sem fingir que não cheira ou nos alienarmos dela.

Querido Dani, nem tudo é igual. Quando a cagada era muito grande, eu entrava no chuveiro com você e me envolvia muito mais na merda, sem medo. Com a merda deles, quero distância. Mas quero que tudo fique limpo. Suas fraldas foram para o lixo e nem mais do cheiro eu me lembro. Torço e torcerei sempre para você. Mas não trato políticos e política com paixão de torcedor. Eles têm que me servir como cidadão. E se sinto cheiro de merda, sem medo expurgo os cagões das minhas próximas opções.

Até quando seremos torcedores de políticos e seus partidos? Se não limparmos essas merdas, bundas ficarão assadas. E a nossa, e não a deles, será sempre uma delas

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Categorias: Política

2 Comentários

  • filhão disse:

    q merda ficar falando da minha merda em público!

    Comentário do Pô, meu!
    Você não pode esquecer que além de todos os prazeres que tenho escrevendo isso aqui, o foco do Pô, meu! é escrever para meus eventuais futuros netos, portanto, talvez para seus filhos. Eles um dia te perguntarão se você tratou a merda deles como o avô deles tratou a do pai deles. :-D
    Beijos,
    paizão

  • Drung disse:

    Olá Nelson, mandou muito bem! Parabéns.

    Mas, olha, preciso dizer que não tem comparação. O que meu filho faz nas fraldas (sim, ainda estou nesta fase), de maneira alguma cheira tão mal quanto aquilo que o governo faz em nossas cabeças. Mas nem com feijão, couve e ovo!

    []’s

    Comentário do Pô, meu!
    É verdade Drung, por pior que tenha sido, nunca chegou perto das que vemos dos políticos.
    Abração,
    Nelson

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