Golpe do Baú
- Por Nelson Correa
- 18 janeiro, 2007
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O renovado e fortalecido presidente da Venezuela, o ex-coronel Hugo Chávez, chegou ao Rio de Janeiro para o encontro de cúpula do Mercosul dizendo que: “A América do Sul é uma grande nação e temos que avançar para construir a união de uma só república e venho com o espírito da vitória“. Só faltou um bumbo batendo ao final da frase.
Nós não somos tão espertos quanto parecemos, afinal andamos patinando em números de desenvolvimento sofríveis, quando diversos outros países, com muito menos potencial e infraestrutura econômica do que nós, têm aproveitado e surfado essa onda de crescimento coletivo do mundo. Mas também não somos tão bobos quanto os venezuelanos que estão mergulhando na escuridão do socialismo bolivariano proposto pelo vitaminado líder latino americano.
O pior não é a repetição de mandatos dele, acho até que se essa é a vontade do povo, e isso está na constituição deles, que ele seja reeleito pelo tempo que precisarem dele. Mas o problema da Venezuela é que seu vitorioso líder não gosta de oposição. Tudo tem feito para acabar com essa doença daninha da sociedade venezuelana.
Tem sido pródigo também na distribuição de esmolas, mas nada tem feito para preparar a Venezuela para uma próxima etapa de crescimento caso o preço do petróleo volte a subir. Por outro lado, se o preço do petróleo não subir e se mantiver por exemplo, em torno dos atuais 50 dólares o barril, mais que a personagem que gosta de se apresentar, ele precisará ser outro – o mágico – para manter a situação sob controle.
Ele tem montado seu exército, tal qual Brancaleone (O Incrível Exército de Brancaleone), mas antes mesmo de Brasil e Argentina sucumbirem ao seu Conto do Paco (aqui), países como o Chile e a Colômbia, sob o comando de Bachelet e Uribe, não entrariam nesse Golpe do Baú que o formoso coronel quer armar. Tem muita gente boba aqui nesse cantinho do mundo, mas é ingenuidade pensar que todos nós somos bobos. Aqui mesmo no Brasil, o pessoal sabe o que é um Acordo Caracú, Don Hugo. Uma só república? Pô, meu! Tenta outra!
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