Treze de janeiro
- Por Nelson Correa
- 13 janeiro, 2007
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1989 foi um ano marcante. Foi naquele ano, no finalzinho dele, que o povo alemão finalmente conseguiu derrubar o muro do arbítrio que separou a Alemanha em duas, por décadas. Ficou a foto do povo festejando sobre o início dos escombros do Muro de Berlim. Foi a vitória da liberdade. Contrapondo-se a esta festa, em junho desse ano, a liberdade lutou, mas foi oprimida na Praça da Paz Celestial, em Pequim – China. Lá, estudantes, intelectuais e trabalhadores protestaram contra a opressão e a corrupção do Partido Comunista Chinês. Ocorreu um massacre de centenas, talvez milhares de pessoas. Mas ficou a famosa foto do estudante obstruindo a passagem da coluna de tanques. Foi a vitória da coragem e da luta.
Em 1989, enquanto um personagem infantil dos oceanos, a Pequena Sereia, ganhava o Oscar de melhor filme de Hollywood, o super petroleiro Exxon Valdez, nos mostrava, friamente, o quanto estávamos matando nosso planeta com o vazamento de óleo na costa do Alaska. Muitas outras coisas significativas para a nossa história aconteceram em 1989, como por exemplo: foi coroado imperador do Japão o príncipe Akihito, o Solidariedade foi legalizado como partido na Polônia, o comunismo começou a morrer em praticamente todos os países da Europa Oriental, a produção do gás CFC que ataca a camada de ozônio foi banida na Europa, a tirinha do Dilbert foi publicada pela primeira vez (16/abr), o mundo ficou livre do Ayatollah Khomeini que ofereceu uma recompensa para quem matasse o escritor iraniano Salman Rushdie, os franceses fizeram uma grande festa pelos 200 anos da Revolução Francesa, aqui no Brasil votamos pela primeira vez para presidente deste 1960, quando JK foi eleito. OK, temos que considerar a falta de treino para chegarmos no segundo turno com Collor e Lula, deixando fora nomes como Mario Covas e Ulisses Guimarães. Sim, é verdade, ainda precisamos treinar mais.
Foi em 1989 também, que o poeta Geraldo Guimarães Corrêa (não era meu parente, mas foi um prêmio compartilhar esse planetinha com ele) escreveu pela última vez um acróstico para para um dos seus mais de vinte netos e bisnetos. Com tanta coisa importante que aconteceria naquele ano, a sensibilidade do poeta nos mostrava o quê de mais relevante, nos reservava 1989, logo no início. Ele ofereceu:
Para Juliana, com um beijo comovido do avô de sua mãezinha Cristina.
Juliana! És princesa,
Última flor que ainda
Luz no meu coração!
Inspira Vossa Alteza
A mais doce, a mais linda
Nota duma canção!…
Amor? Sonho? Emoção?
Ah sim! Na primeira sexta-feira daquele ano, também nos livramos de qualquer preconceito com as sextas-feiras 13. Foi a sexta-feira 13 mais especial que tivemos. Tenho autorização para falar no plural. 1989 valeu a pena. ;-)
=’)
Te amo!
Lindo, bonita homenagem ao meu avô e minha querida sobrinha.