Perdão, controladores, Sobel e Niemeyer
- Por Nelson Correa
- 6 abril, 2007
- 2 Comentários
Sexta-feira de Páscoa, Circuito das Águas, Sul de Minas Gerais – Quase uma semana de férias forçadas da blogosfera. Uma mudança e um congresso profissional me deixaram afastado do Pô, meu! Agora a maior dificuldade é a conexão discada a 30 kbps. Não é de todo ruim ficar alienado do mundo por tantos dias. O trabalho braçal de uma mudança conjugada com a imersão em um congresso profissional me afastaram da indignação com a política, com a violência e com a estupidez do nosso dia-a-dia.
Enquanto pegava a Marginal Pinheiros engarrafada toda noite, saindo do congresso em direção à casa em mudança, pensava em diversos assuntos que queria estar escrevendo aqui. Não deu. Hoje, curtindo umas pequenas férias banhadas de água mineral, aproveito para recapitular alguma coisa. Voltando à vaca fria do almoço, não sossego enquanto não falar sobre Henry Sobel.
Ninguém discute a importância na vida contemporânea brasileira do rabino Henry Sobel. Seu engajamento na luta contra a ditadura militar. Seu posicionamento ecumênico e de diálogo inter-religioso. O desenvolvimento que ele trouxe para a comunidade judaica de São Paulo, talvez de todo Brasil. Tudo isso é inquestionável. Acho até que se deve considerar fortemente o atenuante da situação da saúde dele e dos medicamentos que estavam sendo usados. Não foi um roubo puro e simples. Por mais que o produto do roubo não tenha sido de necessidade para sua sobrevivência.
Ninguém pode jogar Henry Sobel na vala comum dos criminosos incorrigíveis. Nem se pode imaginar Sobel inimputável. O que me incomoda é imaginar que existem milhares de outras pessoas sem a fama e a história de Sobel, mas com índole e transtornos transitórios ou definitivos semelhantes, a quem não resta outra opção que não seja o braço duro e pesado da justiça. Sem direito à compreensão pública e, muito menos,à expectativa de perdão.
Por falar em perdão, mesmo patético, é interessante que controladores de vôo venham a público pedir perdão. Quantas personalidades públicas vêm fazendo zilhões de besteiras neste país e nunca, do alto de suas empáfias e orgulhos imperiais, vieram a público para, ao menos, pedir perdão? O certo seria se oferecer para o julgamento da sociedade e da justiça. Alguém duvida que a ministra racial não se arrependeu do que falou? Alguém ouviu um pedido de perdão? Tomara que essa atitude dos controladores esteja inaugurando um modelo novo de relacionamento de entes públicos com a sociedade.
Finalizando, junto com meu pedido de desculpas pelo apagão de 6 dias do Pô, meu! vai minha indignação pela pixação da nova obra construída do fabuloso arquiteto Oscar Niemeyer, o Teatro Popular de Niterói. Ops… Mais um pedido de desculpas. Na verdade, o que pensei que seria um ato de vandalismo contra a obra do grande arquiteto, na verdade faz parte da obra de Niemeyer. Que furo o meu! No fundo, acho que os traços incompletos que desenharam as mulheres na parede lateral do novo teatro podem até ser lapsos na memória do quase centenário grande arquiteto. Me perdoe a brincadeira. ;-)
O velho picareta vendeu o mesmo projeto 2 vezes, uma pra BH como igreja da pampulha e outra como teatro pra niteroi
Comentário do Pô, meu!
Caro Zapata,
Não tenho procuração do Niemeyer, tenho inclusive uma grande diferença com relação à veneração dele com o ditador Castro e seus pupilos, mas acho injusta sua colocação. ;-)
Veja bem, a semelhança fica nas curvas (ou arcos) das duas construções. Aliás, até o Sambódromo do Rio tem arcos formando um grande “M”. A maioria dos grande pintores têm fases marcantes de suas criações, onde características se repetem.
Ou você conhece detalhes das plantas que não conhecemos? :-)
Obrigado pela visita e comentário.
Abraços e sucesso,
Nelson
Pô, meu… Atualiza logo isso!
Pai, feliz aniversário! Mtos anos de vida, mtos posts, mtos cliques, mtas visitas e nenhum infarte, por favor!
Te amo mais que tudo!
Beijos
Comentário do Pô, meu!
Juca,
Te amo demais!
Beijos