Os lados da notícia


Aqui está uma prova inequívoca que é fundamental que a imprensa seja livre. Que o pensamento, e, principalmente, seus caminhos de expressão, sejam sempre livres. O governo anunciou que no mês de agosto, recém terminado, foram criadas 101.425 vagas formais de trabalho. Ou seja, ao se subtrair o total de trabalhadores que foram demitidos do total que foi admitido em novo emprego, teremos como resultado as tais vagas criadas que foram anunciadas.

Até aí é só um número. E solto, nem saberíamos se ele é bom ou ruim. Ah, bom ou ruim… Isso vai depender de onde você lê a notícia. Pode isso Arnaldo? Torturar números é prática bem antiga na nossa cultura. Vejamos como o Portal Vermelho, órgão oficial do PCdoB na Internet e a revista Veja, apresentam a mesma notícia.

No site Portal Vermelho do Partido Comunista do Brasil:

“A economia brasileira criou 101.425 novos empregos com carteira assinada em agosto, contra 11.796 vagas formais em julho e 25.363 em junho. Este é o melhor resultado dos últimos três meses, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quinta-feira (11), pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Com esse desempenho, o Brasil se firma como um dos poucos países do mundo a continuar ofertando trabalho, mesmo em meio a uma das piores crises internacionais da história, destacou o ministro da pasta, Manoel Dias.”

Na site da Revista Veja:

“O Brasil abriu 101.425 vagas formais de trabalho em agosto, pior resultado para esse mês desde 2012, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira. Em julho, haviam sido criados 11.796 postos com carteira assinada, nos dados sem ajuste sazaonal. O saldo do mês passado é resultado de 1.748.818 admissões e de 1.647.393 demissões.

No acumulado do ano até agosto, foram criadas 751.466 vagas na série com ajuste, queda de 31,6% frente ao mesmo período do ano passado, quando houve a criação de 1,09 milhão de vagas. Na série sem ajuste, a queda é de 20,5%. Trata-se do pior resultado para os oito primeiros meses do ano, pelo menos, desde 2002, que é o dado mais antigo disponível na série histórica do Ministério do Trabalho. Naquele ano, foram criadas 1 milhão de vagas no mesmo período.”

Que bom que temos mais de uma opção! Você pode escolher uma das duas fontes. Ou não. Eu não faria isso. Sugiro buscar mais fontes. Aliás, o ideal é buscar as tabelas completas que podem estar disponíveis no site do próprio Ministério do Trabalho. Que tal? Quer tentar? Boa sorte.

 Mas fique atento, pois nem sempre o que você vê é a realidade. ;-)



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