Opinião na velha mídia é mais confiável?
- Por Nelson Correa
- 8 setembro, 2007
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Na véspera do Grande Prêmio da Turquia de Fórmula-1, o comentarista Reginaldo Leme publicou no Estadão sua opinião sobre as próximas três provas do campeonato mundial de Fórmula-1 (Turquia, Itália e Bélgica). Ele escreveu:
“E a chance de uma reação [da Ferrari] está nos próximos três GPs, a serem disputados no intervalo de quatro semanas – Turquia, Itália e Bélgica -, todos em pistas nas quais a McLaren não é tão forte.”
Depois da vitória arrasadora da Ferrari de Massa na Turquia, o comentarista Reginaldo Leme escreveu na semana seguinte:
“O que eu tenho hoje é uma boa esperança baseada … na eternidade dos 26 segundos que separaram Massa de Alonso, … Aí pode, de fato, estar um sintoma de que o carro da Ferrari recuperou a eficiência aerodinâmica que havia deixado de mostrar em outras pistas velozes, principalmente Indianápolis. Com esta receita, a Ferrari pode se aproveitar bem das longas retas de Monza e Spa e sair dessas duas com força suficiente para encarar a McLaren nas outras três pistas onde nenhuma delas tem garantia de vantagem.”
Na coluna de ontem, véspera dos treinos para o Grande Prêmio da Itália na velocíssima pista de Monza, o comentarista dava continuidade à tese de que a Ferrari tem mais carro que a McLaren em Monza, como teve na Turquia e terá também em Spa-Francorchamps.
“Projetada para ser a Indianápolis européia, Monza já foi um oval superveloz que contava com uma curva com 40 graus de inclinação … A Ferrari parte para o segundo capítulo de uma missão que ela começou a cumprir muito bem na Turquia.”
Já escrevi no Pô, meu! minhas experiências com carros e equipes de Fórmula-1 aqui no Brasil na década de 80. Acompanho a Fórmula-1 desde 1968, paixão à primeira vista. Há 35 grandes prêmios da Itália para trás (1972) eu, que já havia vibrado com a primeira vitória de um brasileiro na Fórmula-1, Emerson Fittipaldi, GP dos EUA, 1970, assistia, torcia e vibrava com a vitória do mesmo Emerson no GP da Itália que garantia antecipadamente o primeiro campeonato mundial de F-1 para um piloto brasileiro. Não foi só alegria, pois quem irradiou a corrida foi um locutor (Jorge Cury) do futebol carioca da rádio Globo, flamenguista inveterado, narrou o tempo todo que o capacete do Emerson era rubro-negro. Mentira! Era azul escuro e vermelho.
Hoje, nos treinos oficiais para a formação do grid de largada do GP da Itália, a equipe com o carro ideal para a pista, segundo o comentarista Reginaldo Leme, tomou uma poeira incrível da McLaren: Alonso foi o pole meio segundo na frente do Massa e mais de um segundo (uma eternidade) na frente do Raikkonen. A F-1 de hoje é ágil e consegue mudar da água para o vinho da noite para o dia, principalmente quando todos estão calçados com o mesmo pneu. No automobilismo continuo amador. Mas me irrita ouvir ou ler certas falácias como se fossem a verdade.
Quanto à corrida de amanhã? Não perco por nada. É outra história e tudo pode acontecer, principalmente outro show do fantástico Hamilton. Outro que os entendidos profissionais que nos trazem (TV, jornal) a F-1 demoraram a acreditar no que viam. Talvez porque o velho macaco ainda não tinha escrito no seu blog que o negão afro-britânico era genial de verdade. Continuo apostando nele, e comprei minhas cotas quando ele pagava várias libras por cada libra apostada. ;-)
Opinião, é opinião, e ser publicada na velha ou na nova mídia, não será nunca uma garantia de qualidade. Escolha seu macaco. Eu sugiro pegar na mão dos dois e sair com a sua opinião.
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