Fazendo a coisa certa
- Por Nelson Correa
- 15 fevereiro, 2013
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Ter o vidro da frente do seu veículo com a transparência como determina a resolução 254 de 26/10/2007 do CONTRAN pode ter evitado que um policial desvairado, despreparado, desequilibrado e mal pago ampliasse as estatística do absurdo, dando um tiro na Dona Cristiane Santos Magalhães ontem a noite na orla do Rio de Janeiro. [clique aqui para ampliar a foto]
Dona Cristiane, dizem os órgãos de imprensa, fez uma montoeira de merda, iniciada com a batida em outro veículo na Avenida Atlântica, em Copacabana. Talvez por perceber que estava errada, ela se mandou para não ter que assumir o estrago (ou só por estar apavorada). Na sequência, atropelou o gari Clailton Lopes da Silva, na Avenida Vieira Souto, na Praia de Ipanema.
Ainda apavorada ou pressentindo maiores consequências pelo aumento da merda, ou os dois juntos, ela se mandou e nem parou para ver o estado do coitado do gari. Um pouco mais a frente havia uma Blitz da Lei Seca. Ela foi parada. Ou houve uma tentativa de pará-la, mas ela acelerou, feriu o agente da Blitz com o retrovisor e seguiu somando pontos no seu Carmageddon particular.
Mas aí um carro de polícia que dava apoio à Blitz saiu em seu encalço e rapidamente conseguiu a abordagem. Detendo Dona Cristiane para a sorte dos turistas e demais cariocas que curtiam a noite quente à beira da praia. Não deve ter sido difícil alcançá-la, pois como disse o tenente Edilton Bezerra, responsável pela operação, “ela estava com a capacidade psicomotora visivelmente alterada. Além disso, estava muito agressiva e se questionava a todo momento onde estava e o que havia ocorrido.”
Falando sério. Nos últimos anos assistimos a alguns erros estúpidos de policiais atirando contra inocentes em veículos “que se pareciam” com veículos que estavam sendo perseguidos (aqui e aqui). O fato comum, além da extrema estupidez? Vidros com películas reflexivas, que escondem os passageiros do olhar de quem está do lado de fora. Mas essa lei é mais uma daquelas leis que nós, com a conivência do poder público, decidimos que não pegou. Duplamente triste. :-(
Sorte, Dona Cristiane. Que ela lhe acompanhe sempre. É bom ajudar fazendo a coisa certa. Melhor ainda, nessas situações, é chamar um táxi. ;-)
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