Eles escolhem o presidente e podem matar!

Jovem matandoDepois do artigo do sociólogo e cientista político Roberto Damatta, publicado hoje no Estadão e O Globo, acho que nada mais precisa ser falado sobre a discussão que envolve a maioridade penal. Nos últimos dias, toda a “intelectualidade” brasileira pondera, com ares de sabedoria e equilíbrio, que discutir esse tema sob a forte comoção do assassinato estúpido do menino João Hélio, não é saudável. Damatta coloca o dedo no cerne do problema, sem medo de patrulhas, e grita por limites. Obrigado.

Todos estamos cansados de tanta impunidade. Cansados de ouvir a imprensa publicar que tal assassino foi condenado a várias dezenas de anos de prisão. Mas essa mesma imprensa não lembra aos desavisados brasileiros, que o máximo que um condenado pode ficar preso são 30 anos. A sem-vergonhice de fingir seriedade também omite de nós outros, que com 1/6 da pena cumprida, o preso com bom (?) comportamento tem direito a regalias como regime semi-aberto.

Todos hão de se lembrar do crime bárbaro em que um casal de assassinos matou fria e premeditadamente uma moça atriz, filha de uma escritora de novelas. Isso faz pouco tempo, mas ambos os criminosos estão soltos, zerados com a sociedade. Cumpriram a pena que a nossa legislação lhes impôs.

Jovem votando (Foto de Juca Martins / Pulsar Imagens)Eu leio muito e ouço mais ainda, todavia não consegui entender (pode ser burrice) por que um jovem de 16 anos pode ter o discernimento e maturidade para votar e influenciar na escolha do presidente do país, mas é irresponsabilizável por participar ativamente no assalto que resultou na morte fria e cruel de um menino de 6 anos.

Será que não nos antecipamos muito ao chamar os jovens de 16 e 17 anos para votar e nos ajudar a escolher nossos presidentes? Será que a qualidade dos políticos eleitos hoje pode ter relação de causa e efeito com esse voto imaturo? Ou será que resguardados na imputabilidade da menoridade, alguns se aproveitaram para ajudar a eleger tudo-isso-que-está-aí.

Vou recortar e guardar o artigo de hoje do Roberto Damatta.

Você gostaria de receber as atualizações do Pô, meu! por e-mail? Clique aqui.
Tags:

Deixe uma resposta