Criando e destruindo mitos. Orgasmo com vinho.
- Por Nelson Correa
- 13 fevereiro, 2008
- 3 Comentários
Semana passada duas notícias relacionadas com grandes mitos foram publicadas no O Globo e no O Estado de São Paulo. O jornal carioca noticiava a tentativa de se criar mais um mito em cima do orgasmo feminino. No diário paulista, a tentativa era demolir um mito relacionado com o consumo de vinhos.
Muitos têm tentado criar regras, modelos e processos para o prazer sexual. Agora foi a vez de uma urologista italiana tentar criar seu mito sobre o orgasmo feminino. A Drª Maria Cerruto, da Universidade de Verona, publicou um estudo na revista científica inglesa “European Urology”, afirmando que o uso constante de saltos de até 7 centímetros de altura pode melhorar o prazer sexual de mulheres.
Se o jornal O Globo não estiver mentindo, a publicação foi em uma revista científica inglesa, e não em um blog mentiroso qualquer. Ela usou na sua pesquisa, a insignificante quantidade de 66 mulheres. Mesmo assim, Drª Cerruto afirma que saltos de 4 a 5 centímetros são ideais para estimular a região pélvica. O Famoso Dr. Love do não menos famoso blog Papo de Homem, listaria pelo menos meia dúzia de maneiras muito mais eficientes para estimular tal região do que saltos de sapato. Esse mito não se mantém de pé.
Já o caderno Paladar, do jornal O Estado de São Paulo, fez um grande serviço para demolir o mito que vinho se bebe na temperatura ambiente. Ambiente de onde cara pálida? Nem vou falar do Rio de Janeiro, mas aqui mesmo em Sampa, sábado passado, tivemos uma noite de tórridos 26ºC. Vai tentar beber um tinto, acompanhando umas pizzas, nessa temperatura! Pela matéria do caderno Paladar, acima de 21ºC, o álcool é volatilizado fazendo do vinho uma coisa pesada e enjoativa.
Por outro lado, nas temperaturas bem baixas, como os 4ºC que as geladeiras chegam na sua regulagem extrema, podem fazer o vinho parecer água gelada ácida. Na matéria, eles chegam a conclusão que a temperatura ideal dos brancos gira em torno de 10ºC a 14ºC, dos rosés entre 11ºC e 16ºC e os tintos de 12ºC a 18ºC. Mas o mais importante é que a única regra para se ter prazer bebendo vinho, é que o vinho te dê prazer. E nada mais. Duvido que alguém tenha prazer bebendo um tinto à 26ºC.
Eu nunca vi um alcoólatra alimentando seu vício com vinho. Como também nunca vi uma mulher saudável, normalmente descalça, com o parceiro desejado, não ter orgasmo. A combinação ideal? Para brancos, 3 horas na geladeira saindo da temperatura ambiente. Tintos, uma hora e meia de geladeira. A comida, qualquer coisa que seja gostosa, preferencialmente, nada muito gorduroso. A mulher deve ser tratada com carinho, gentileza, cumplicidade e determinação. Pode ser uma morena brasileira. Sem excesso no álcool e na comida, tenho certeza que pode até acontecer excesso no orgasmo.
P.S.: Eu não ia dar os links não, eles não gostam muito de dar os links da gente, mas mudei de idéia e aqui estão os links das matérias: Globo e Estadão.
Olá amigo,
Coloquei um novo post no VidaDigital e gostaria que você comentasse o que acha.
O próximo post foi baseado no seu sobre palm+vpn, espero que goste.
Abraços, e me desculpe por postar aqui, se quiser pode deletar… hehe :)
Aliás, o post sobre o vinho é show de bola, testarei e aviso depois! :D
Guilherme Lima
Vinha lendo sobre isso em Vinho sem segredos, do chileno Patricio Tapia, Editora Planeta (quero dizer, sobre temperatura dos vinhos). Porém posso acrescentar que talvez você tenha desenvolvido a antítese do salto alto. Os vinhos são estimulantes passivos (como aquelas coisas de abdominal que eram propagadas na TV, até mesmo pelo Pelé) e, provavelmente, condutores de maiores e melhores orgasmos. A temperatura ideal – do vinho – pode chegar a 20°C nos tintos, mas são raros. As mulheres devem ficar mesmo nos 36,5°C, sem qualquer machismo ou mesmo pretender ditar cátedra (afinal, desde os tempos que vovô amarrava cachorro com linguiça era assim). A propósito, por falar de vinhos, degustei um chardonay da Califórnia (Robert Mondavi 2005), acompanhado de um linguine com shrimps no Red Lobster e lembrei muito daquele “macarrão com aquele vinho” e veio-me também a imagem do velho Manuel e dos garrafões de vinho, que eram servidos gelados. Os vinhos podiam não ser os melhores, mas as reuniões tornaram-se inesquecíveis nas nossas memórias. Lembrei-me também por causa do Ruby Tuesday, do Flórida Mall. Bons tempos aqueles, por serem precursores, melhores esses pelo aperfeiçoamento da raça humana. Em tempo: gastei algo em torno de US$ 50.00, lembrei-me daquele jantar de Washington. Em tempo 2: quem sabe você decodifica a mensagem para os seus agora 76 assinantes e para os seus “eventuais futuros netos”. Em tempo 3: para quem ainda não registrou, sou irmão do eventual futuro avô.
Comentário do Pô, meu!
1) Concordo completamente com você, só não topo beber esse vinho de 20°C.
2) Também concordamos que temperatura por temperatura, preferimos 36,5°C.
3) O vinho na história da família só tem acompanhado a própria evolução do vinho aqui no Brasil.
4) Me recuso a decodificar (contar) a história daquele macarrão com vinho por 50 dólares há 24 anos atrás.
5) Me empresta o Tapia quando você acabar de ler?
;-)
beijos,
Nelson
Tem muitos mitos sobre vinhos que se deveria rever, a questão da temperatura é apenas um deles. O vinho ideal para acompanhar carnes, é outra. Já vi uma opinião – que achei coerente – que vale mais definir como vinhos encorpados para pratos com temperos mais fortes e vinhos suaves para pratos mais delicados. Se tintos ou brancos, ficando apenas para a preferência do consumidor. Não acho tão ilógico assim…
Tem muitos mitos sobre mulheres que são absolutamente desnecessários e ridículos, incluo esse dos saltos entre eles. A menos que sejam saltos-agulha, com fantasias eróticas e… Bem, não creio que a pesquisa tenha seguido este rumo.
Comentário do Pô, meu!
Meu amigo, o vinho é ótimo do jeito que cada um gosta de beber. Ponto final.
Quanto à pesquisa e os saltos-agulha (com ou sem meia arrastão?)… mas voltando, a pesquisa era sobre orgasmo feminino, e saltos-agulha e outros fetiches, teriam que tratar obrigatoriamente, o orgasmo masculino também, coisa que a pesquisa deixou de lado. Enfim. Não devia ser séria. :-)
Abraços,
Nelson