30 anos da primeira vitória
- Por Nelson Correa
- 15 março, 2011
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Em 1981, Ayrton Senna resolveu desafiar o mercado internacional de automobilismo e partiu para a Inglaterra, onde disputou nesse ano dois torneios de Fórmula Ford 1600, o Townsend-Thoresen Championship e RAC Championship. Sua estreia foi no dia 1º de março de 1981 em Brands Hatch. Quinto lugar. Nada mal para a primeira corrida. No final de semana seguinte, melhorou o desempenho e chegou em terceiro, primeiro pódio, em Thruxton. No dia 15 de março, de volta a Brands Hatch, Senna se apresenta definitivamente ao mundo com sua primeira vitória fora do kart. Há exatos 30 anos.
Ao longo daquele primeiro ano, foram 20 provas disputadas nos dois torneios e o saldo foi de 12 vitórias, 5 segundos lugares, 1 terceiro, 1 quarto e o pior resultado, o quinto lugar da estreia. No final daquela temporada ele trouxe os dois troféus de campeão para o Brasil. Ayrton não foi o primeiro brasileiro a fazer sucesso no exterior. É bem verdade que foi o maior de todos, mas vários excelentes pilotos já haviam se aventurado e obtido sucesso bem antes de Senna aprender a andar.
É com muita tristeza, maior até que o sentimento de falta pela morte prematura de Senna, que a gente constata que hoje é quase impossível um novo aventureiro brasileiro fazer sucesso no automobilismo internacional, como fizeram Ayrton e tantos outros. É bem verdade que não tínhamos tantas provas em tantos torneios como os ingleses tinham e têm até hoje. Eles são verdadeiramente apaixonados pelo ronco dos motores e pelo cheiro de gasolina queimada misturado à borracha de pneus que vai ficando pelo asfalo. Mas tínhamos muitas categorias, com muitos carros competindo e acessíveis financeiramente aos loucos apaixonados brazucas.
Hoje só nos resta um arremedo de automobilismo, onde só pode competir quem tem família rica. Não sobrou mais nada das competições baratas com carros construídos e preparados nos fundos das oficinas mecânicas espalhadas pelo Brasil. Nossos velhos e grandes pilotos já se aposentaram. Barrichello e Massa são excelentes pilotos do grupo intermediário. E o matador? Só se reconstruirmos a gestão do automobilismo no Brasil. Ou seja, vai demorar. :-(
P.S. Segunda-feira da semana que vem, dia 21 de março, o ariano Ayrton Senna, se estivesse vivo, encostaria em mim, faria 51 anos de idade.
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