Casal Obama fica curioso


Casal Obama, Dilma e o Abaporu

Foi o mais educado possível o título do site Terra sobre a uma das maiores obras da pintura nacional: o Abaporu. Pintada em 1928 por Tarsila do Amaral, foi um presente de aniversário para seu marido na época, o escritor Oswald de Andrade. Antes de mais nada, não entendo lhufas de arte. Mas gosto de arte. Gosto de ser emocionado, de ser encantado pela arte. E o Abaporu, óleo sobre tela, nunca me pareceu muito alinhado com o nome e o motivador da obra, ambos muito mais interessantes que a figura de pezão e mãozona criada por Tarsila. Homem que come gente, tradução dos termos tupis aba+pora+ú, representava um dos ideais do movimento modernista da década de 1920 no Brasil. Deglutir a cultura que vinha de fora e digerí-la com o formato e estilo da nossa cultura. Bonito! Mas por que… bom, deixa prá la.

O Abaporu é o quadro pintado por artista brasileiro mais valorizado no mundo. Afinal, um colecionador de artes argentino e sem noção, pagou um milhão e meio de dólares em 1995 ao galerista e investidor paulista Raul Forbes e levou o quadro para Buenos Aires, onde repousa no Museu de arte latino-americana, que fica ali em Palermo, local dos mais bonitos de Buenos Aires, que por si já é lindo, não precisava… bom, deixa prá lá.

Obama perguntou à Dilma qual a importância do quadro para os brasileiros. Ela certamente mentiu não disse toda a verdade. A “grossura” do pé de Paolo Rossi é muito mais importante para os brasileiros e está muito mais viva na memória do que o grosso pé do Abaporu. Mas, enfim… deixa prá lá.

Independente de qualquer discussão, como falei ali em cima, arte para mim é emoção. Eu tenho uma versão pós-moderna do clássico modernista Abaporu, é o @baporu. Inspirado na antropofagia da megalópole paulistana neste início de século e na pequenez cerebral que vem sendo fartamente exposta pela Internet, meu @baporu é um óleo sobre tela (2005) e enfeita uma das paredes do meu escritório pessoal. Não, não me custou nada. Na verdade, custa sim… mas deixa prá lá.

@baporu

@baporu - Inspirado na antropofagia da megalópole paulistana neste início de século e na pequenez cerebral que vem sendo fartamente exposta pela Internet. Óleo sobre tela (2005) - Clique para ampliar




Você gostaria de receber as atualizações do Pô, meu! por e-mail? Clique aqui.

4 Comentários

Deixe uma resposta