Arquitetura e Engenharia se complementam


Praça da Soberania - Brasília 50 anosA intenção não é ficar de rabugisse, criticando ou apoiando mais uma mega obra do mestre Niemeyer. Não quero, pelo menos nesse post, saber se ele (Niemeyer) deu o projeto para Brasília ou se o Governo do Distrito Federal pagou ou vai pagar por esse novo projeto. Não tô nem aí se alguns brasilienses acham que a cidade deveria mudar de nome para Niemeyerlândia (com sarcasmo ou não). Muito menos tenho opinião formada se a longevidade do grande arquiteto e a opção declarada por suas idéias, não tira a oportunidade de novos arquitetos, quem sabe futuros gênios como Oscar, que não podem nem concorrer com as obras do velho professor em uma disputa aberta.

O fato é que Brasília terá mais uma obra monumental em concreto armado, nascida da criatividade do arquiteto Oscar Niemeyer. A Praça da Soberania será construída para comemorar os 50 anos da capital federal, ano que vem. E nela, será construída mais uma obra arrojada do arquiteto mais famoso do Brasil no século passado, e até hoje.

Nesse artigo, quero ficar no arrojo das construções que nascem de Niemeyer. Não me lembro direito quem foi, mas tenho quase certeza que foi um grande amigo do curso básico de engenharia, Isac Aizim Diamante. Apesar de ter entrado para Mecânica e o Isac para Civil, a metade do curso era de matérias comuns, e fazíamos na mesma turma. O pai de Isac era engenheiro calculista, por isso é que acho que conheci o nome de José Carlos Sussekind através do Isac.

Quem é o Engenheiro Calculista Sussekind? Até a década de 70, Niemeyer tinha como grande parceiro o engenheiro calculista Joaquim Cardoso, que foi quem fez os cálculos da Pampulha e de Brasília, entre outros. Mas com a aposentadoria de Cardoso, Niemeyer arruma um novo parceiro, José Carlos Sussekind. Foi Sussekind o mago do cálculo do concreto armado que fez com que todas as formas ousadas criadas por Niemeyer, dos anos 70 até hoje, pudessem ser realizadas.

Quando mais uma obra de formas arrojadas e ousadas do mestre Oscar Niemeyer desafia a gravidade, acho que é hora de lembrarmos, mesmo os que não vivem da arquitetura e engenharia, por justiça somente, que elas são viabilizadas como Niemeyer imagina, pela experiência, quem sabe até criatividade também, do Engenheiro Calculista José Carlos Sussekind. Niemeyer não seria o ícone referência que é, se não houvesse uns carinhas “cascudos” em matemática para fazer aquilo tudo ficar de pé.

Quando falarmos do arrojo de Niemeyer, seria bom lembrar também de Sussekind.



Você gostaria de receber as atualizações do Pô, meu! por e-mail? Clique aqui.

10 Comentários

  • Augusto disse:

    Nelson,

    outro bom exemplo é o José Carlos de Figueiredo Ferraz, que aceitou o grande desafio de tornar realidade o MASP e seu grande vão livre, projetado por Lina Bo Bardi.

    • Nelson Correa disse:

      Pois é Augusto,

      Só os arquitetos que viajam na maionese é que ganham fama? E os maluquinhos que passam direto em Cálculo? Eles merecem também os louros da fama.
      :-)
      Aliás, quando eu estudava Engenharia, tinha uma piada, talvez politicamente incorreta, que questionava se Deus, ao criar o mulher, usou o diploma de arquiteto ou de engenheiro. Isso dava assunto para muitas discussões regadas à cerveja nos botequins vizinhos.
      :-D
      Abração,

  • Nine disse:

    OI Nelson sei que vou desagradar a muitos ,mas nao gosto do trabalho do Niemeyer.Sempre me pareceram frias e aridas as construçoes dele.
    Qto aos calculistas ,tb concordo que devam ser mais divulgados,nao sabia do nome deles (vide comentario do seu leitor abaixo).Para mim da area de humanas, matematica sempre foi um grande mistério,olho matematicos com reverencia.Abs

    • Nelson Correa disse:

      Oi Nine,

      Eu me abstenho de julgar o trabalho do Niemeyer, estudei engenharia e não arquitetura, por isso acho que não sei se é bom ou ruim.
      :-)
      Aliás, no faculdade de engenharia, rolava uma química legal entre os alunos da engenharia (quase todos homens) com as alunas de arquitetura, com algumas oportunidades com as alunas de letras. Havia uma historinha completamente politicamente incorreta, que definia e classificava os meninos da arquitetura.
      :-D
      beijos,

  • Barts disse:

    O Niemeyer é a maior prova que eu nao entendo nada de arquitetura … Concordo com Nine, tudo que ele faz é tao incompreensivel para mim.

    Voce conhece o iglu do nordeste? Ou o disco voador de Niteroi? Nao obstante serem construcoes até bonitas, olhadas de determinado angulo e com uma luz cuidadosamente escolhida, sao totalmente FORA do contexto, posicionadas onde estao… Parecem uma calça largada no meio de uma sala impecavelmente limpa, entende?

    • Nelson Correa disse:

      Oi Barts,

      Você é engenheira, acertei?
      :-)
      Aliás, nunca, em tempo algum, um engenheiro deixaria as paredes das salas de aula dos CIEPS no Rio de Janeiro com metade da altura. Isso é viagem de arquiteto.
      Quando eu era bebezinho, minha mãe me conta que uma senhora vivia dizendo que eu ia ser presidente da república, ela devia ter uma bola de cristal, pois sabia que um cara diferente assumiria um dia, mas foi um cara de nove dedos ao invés de um ruivo. Sorte do Lula, pois desisti quando conheci Brasília e aquele castelo de concreto. Prefiro uma sala aconchegante, com lareira e piso de madeira. Ah sim, prefiro vinho à cachaça.
      :-D
      Beijos,

  • balard disse:

    Então o engenheiro calculista seria como o viagra dos arquitetos? Quem é responsável por colocar tudo em pé? :D

    Mas é assim mesmo, quando vc ganha dinheiro com arte, tem um cara q é culpado se o troço sair bom, e OUTRO cara q é culpado se o negócio não sair do jeito q o primeiro pensou…

    • Nelson Correa disse:

      Grande Balard,

      Não sei o que seria desse blog se não fosse o pessoal que se dá ao trabalho de comentar, ao invés de clicar logo em outro lugar.
      ;-)
      Um post despretensioso ficou bom depois dos comentários.
      Aliás, se houver algum erro, a culpa vai ser sempre do cara da informática!
      :-D
      Abração,

  • Nine disse:

    Nelson e comentadores do pomeu ,desculpe voltar aqui nesse assunto,mas mexeu comigo! Primeiro mocinho (voce mesmo ai Nelson!) como se abstem de julgar porque…blablabla, tb nao sou arquiteta ,eng, sou tradutora e interprete, mas sei dizer se gosto ou nao gosto de algo, saia ja de cima do muro ruivinho! Concordo com Bart que o referido arquiteto é incompreensivel. Adorei o ex da calça largada. Mas gosto da calça largada por ex ,da piramide em frente a cour napoleon no Louvre, da outra calça que é o centro George Pompidou em Paris tb. Entao o problema nao sao as calças largadas nas salas do mundo, talvez sejam os materiais usados, sei la! Ah outra coisa, esse negocio de insinuar sobre piadas e nao contar tb nao da meu. Pronto desabafei! bjs

    • Nelson Correa disse:

      Oi Nine,

      Não é ficar em cima do muro não! Claro que não! Falei em um dos comentários que desisti de concorrer à presidência da república para não ter que morar no Palácio da Alvorada, que prefiro algo mais aconchegante. E depois D. Nine, o post não era para focar no Niemeyer e sim no Sussekind.
      :-D
      Para encerrar a discussão sobre a obra de Niemeyer, acho Brasília uma cidade fria, distante e sem graça. Mas acho que o Palácio do Itamaraty em Brasília é um belo prédio. Respeito a obra dele por ser criativa e original, mas não sou um admirador.
      Ufa, tirei o peso do posicionamento.
      :-)
      Quanto às piadas, já que você cobrou vou contá-las.
      A primeira, que acho uma injustiça e discordo, mas é piada, vou contar.
      ;-)
      Dizem que alguns arquitetos (pouquíssimos) escolheram arquitetura porque não eram homens o suficiente para estudar engenharia e nem tinham saído do armário para serem decoradores.
      :-D
      A outra é melhor, é fruto de uma intensa discussão entre alunos e alunas dos cursos de engenharia e arquitetura. Deus foi arquiteto ou engenheiro quando criou sua obra prima, perfeita, com equilíbrio tridimensional, visualmente gratificante e outros adjetivos mais: a mulher.
      Depois de muita discussão, chegou-se a conclusão que Deus era engenheiro. Nunca, um arquiteto colocaria uma área de esgoto tão próxima de uma área de lazer.

      é não tem mesmo muita graça, por isso não contei antes.
      ;-)
      Beijos,

Deixe uma resposta