Viagem no tempo
- Por Nelson Correa
- 12 abril, 2011
- 3 Comentários
Há muito tempo não ia ao Aeroporto Tom Jobim, que pelo estado, prefiro preservar o grande maestro e chamá-lo somente pelo velho nome: Galeão. Essa semana estive por lá duas vezes e lamentei pois apesar do crescimento, os estacionamentos estavam lotados, quase nada mudou nos últimos dez anos.
Nem vou fazer uma lista dos absurdos ultrapassados que se pode ver por lá, mas um deles é inacreditável que ainda exista. O estacionamento do maior aeroporto da cidade que sediará mais jogos e a final da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 ainda é controlado na entrada e na saída por seres humanos.
Sério! Para você entrar no estacionamento, nada daquelas máquinas frias que te pedem metalicamente para apertar o botão e pegar o ticket, quando então a cancela se abre e você entra no estacionamento. No Galeão ao invés da máquina fria, um mal humorado funcionário registra a placa do seu veículo e lhe entrega com cara aborrecida seu papelzinho de estacionamento.
O melhor fica para a saída. Nada de caixas onde você paga o tempo de permanência e recebe o ticket de autorização para saída, que será colocado em outra fria máquina que metalicamente, novamente e por padrão, te agradecerá a visita e abrirá a cancela para a saída do estacionamento. No Galeão da segunda década do século XXI você fica em uma fila quilométrica nos 3 guichês de saída (e o tempo passando), onde apresentará seu papelzinho de estacionamento e receberá do entediado funcionário o valor que deverá ser pago. Depois do pagamento, ele lhe abrirá a cancela e você sairá pensando que voltou uns vinte anos no tempo.
Mas o velho Galeão me fez lembrar de uma chefe americana que tive. Foi quando entrei no elevador e percebi que eram novíssimos. Com todos lá dentro, a porta teimava em ficar aberta. Como fui o último a entrar, achei que seria meu dever avisar à ascensorista (pilota do elevador) que podia fechar a porta, estava livre. Qual não foi minha surpresa quando ela disse em alto e bom som: ela fecha sozinha. Aí me lembrei da minha ex-chefe enquanto ria para mim mesmo (ou seria de mim mesmo?). Na primeira visita dela ao Brasil, ela ficou surpresa quando entramos no elevador e havia um senhor no comando no veículo (o elevador). Surpresa, ela me perguntou: vocês não sabem usar sozinhos o elevador não? Eu ri, como ri hoje de mim mesmo.
A foto e toda a galeria de belas fotos de Insonias Oniricas pode e deve ser visitada no Flickr (clique para visitar)
Olá Nelson ! tudo bem ? um abraço aqui de Magé ! Shalom
Com toda essa “tecnologia” no estacionamento do Aeroporto do Galeão se explica o valor de 50 reais a diária.
Puro exagero! trabalho ha 4 anos no Galeão e é inegável a falta de estrutura, porem quanto a questão do estacionamento, sugiro repensar sua forma de pensar no assunto. o que você chamou de ultrapassado eu chamo de justiça. pense na quantidade de famílias que perderiam seu sustento se os cabineiros fossem substituídos por meras maquinas. mas claro que os “riquinhos” estão pouco se lixando se o pobre precisa trabalhar ou não. e caso não saiba, os cabineiros do estacionamento trabalham 12 horas por dia a merce do tempo, sem ar condicionado e salario justos. sob essas condições, ninguém é obrigado a ficar 12 horas com um sorriso estampado de orelha a orelha. logico que não estou dizendo que isso da o direito ao funcionário de agredir o cliente, e o minimo que se pode fazer é tentar se colocar um pouco no lugar do trabalhador. sobre os elevadores, se a ascensorista disse que a porta se fecha sozinha, só ha duas hipóteses: ou ela esta com preguiça e deixou o elevador em modo automático, ou a chave cabine do elevador pode estar quebrada. e é um erro muito grave pensar que o ascensorista “não serve pra nada” ele está lá para zelar pela segurança e bom funcionamento do elevador. acabei meu curso de ascensorista essa semana e sei o que estou dizendo. as pessoas precisam parar com essa mania de achar que a maquina pode fazer o serviço melhor que o ser humano, afinal de contas, quem criou a maquina?