Passion pour l’Eau Rouge – de novo e para sempre
- Por Nelson Correa
- 5 setembro, 2008
- 4 Comentários
Detesto republicar posts. Detesto ler meus blogueiros favoritos e no fim do post aparecer que alquele artigo foi publicado originalmente há 3, 5 anos. Então se você é como eu, esqueça o que vem a partir de agora.
Um grande amigo que mora na Holanda, parceiro de um projeto conjunto que está amadurecendo devagar (e a culpa é minha), me mandou um email dizendo que vai neste final de semana para a Bélgica assistir à prova de Spa-Francorchamps. Perguntou se eu queria algo de lá, claro, desde que não fosse a Ferrari do Massa ou o capacete do Hamilton.
Eu pensei, voltei em setembro do ano passado e li o post abaixo. Pedi ao Sêmola uma foto (sua paixão com qualidade de sobra) da Eau Rouge. Se ele ficasse perto eu queria um depoimento dele sobre a sensação dos carros fazendo a Eua Rouge. Mas na verdade, eu queria era sentir a emoção de verdade de contornar a Eau Rouge. Re-leia o post que escrevi ano passado nesta época do ano.
Atualização: Aqui o presente do Sêmola.
Passion pour l’Eau Rouge
Caro leitor, se procuravas perfume, desculpe, não é aqui. Tente o Xeryus Rouge Givanchy, eu adoro. Se você ficou aqui, vai ouvir uma confissão. Tenho uma paixão de infância não resolvida. Nem tenho mais esperança de um dia realizar esse sonho. Era tão grande, que troquei por diversos outros menores e mais fáceis de resolver. Mentira… nunca consegui trocar esse sonho, mesmo sabendo-o impossível. Fui estudar engenharia mecânica para poder ficar um pouco mais perto do sonho… na verdade, meu sonho de menino era ser piloto de corridas de automóveis.
Hoje estava navegando por uns feeds e encontrei um post de um blog assinado recentemente, o Velocidade, e abrindo o post, uma foto linda da curva Raidillon de l’Eau Rouge (calma, não vai agora lá, depois você deve ir lá, só depois). Essa curva, fica depois de uma reta. Um momento. Vou te contar como chegar nela, só para que se possa entender porque esta pista é fantástica, e 9 entre 10 pilotos adoram ela.
Depois de passar por um miolo muito rápido, sobe-se quase em linha reta até próximo de 300 km/h para frear bruscamente e passar por uma chicane que se chama bus stop. A Chicane te leva para uma reta muito curtinha, onde fica a linha de chegada. Ali, no final da reta, faz-se uma curva à direita que é um cotovelo fechadíssimo, com uma velocidade estúpida para um F1, algo em torno de 70 km/h. Agarre o volante… inspire fundo… pare de respirar. Logo após esse cotovelo, pega-se uma reta em descida, que deve ser feita com o pé em baixo. Lá no ponto mais baixo da reta, um “S”, que se chega à quase 300 km/h e com um vazio interno nunca alcançado em nenhuma outra pista de F1, precisa ser contornado virando-se rapidamente, mas sem perder a aderência com a pista, à esquerda, à direita e esquerda de novo.
Os grandes pilotos (loucos?) nem aliviam o pé, só trancam a respiração e se atiram ladeira abaixo, para depois, ladeira acima, em uma grande reta mesmo em subida, atingir velocidades por volta de 330 km/h para outra chicane. Respire. Essa é a pista de Spa-Francorchamps na Bélgica. É lá que a F1 estará de volta nesse final de semana depois de uma ausência no ano passado. É lá que tem o ponto mais fantástico da Fórmula-1, o apaixonante mergulho na Eau Rouge. Droga só experimentar isso virtualmente. Agora vá lá no Blog Velocidade e veja as marcas do fundo dos carros marcados no traçado da curva.
BONUS: Durante o GP de 2000, Schumacher sustentava a posição frente aos ataques de Kimi Haikkonen Mika Hakkinen, com uma McLaren superior à Ferrari. Depois de passarem pelo mergulho da Eau Rouge, sobem com Kimi Mika chegando perto, quando no final da ladeira o BAR Honda de Ricardo Zonta (retardatário) parece ser a salvação de Schummy, mas num vácuo triplo, enquanto a Ferrari corta pela esquerda, Kimi Mika acha uma brecha pela direita nos oferecendo uma das mais belas e plásticas ultrapassagens da F1. Veja o filme abaixo ou vá no Youtube.
Brinco na proxima ,detesto fomula 1,corridas de carros em geral,de cavalos pode me chamar! abs
Comentário do Pô, meu!
Sem problema Nine, pode ficar de fora dessa rodada.
Corrida de cavalos era um troço bonito, eu até gostava de ver. Mas um dia vi um cavalo ser sacrificado depois de um excesso de corrida e uma pata quebrada. Nunca mais.
Abraços e sucesso,
Nelson
Oi Nelson,
Belíssimo o seu texto. Spa é uma pista fabulosa e histórias não faltam por lá.
Vim para agradecer pela assinatura do feed do blog e pela citação. Fiquei muito feliz!
Obrigada!
Comentário do Pô, meu!
Olá Bárbara!
Obrigado pela visita, pelo comentário e pelo elogio.
Assino e leio o Velocidade há mais de um ano. Gosto do trabalho amplo e completo que vocês fazem lá para os fãs de automobilismo. Acho até que já fiz alguma provocação com a torcida que rola no Velocidade para o Felipe Massa.
:-D
Verifiquei aqui que não tenho o link do Velocidade na minha lista de leituras na página principal, já corrigi.
Abraços e volte sempre, pelo menos tem algumas histórias antigas de Fórmula-1 por aqui. Afinal, acompanho regularmente (comprando revistas mensais) desde 1970.
Abraços e sucesso,
Nelson
Opa. Estava pesquisando informações sobre a Rouge quando me deparei com seu post, por sinal muito bom.
Apesar de meio “old”, só queria fazer uma correção.
A ultrapassagem “mítica” foi realizada pelo Mika Hakkinen e não pelo Kimi Raikkonen. Este só entrou na F1 em 2001 pela Sauber.
Grande abraço.
Olá Max,
Cara, muito obrigado, nenhuma correção é “old”, você está repleto de razão e nunca, até hoje, ninguém percebeu esse erro gigante. Foi mesmo o Mika e não o Kimi.
Valeu pela visita e pela ajuda em colocar os pingos nos is certos.
;-)
Abraços e sucesso,
Nelson