Ouvir & ler 45. Deu medo.
- Por Nelson Correa
- 8 fevereiro, 2008
- 5 Comentários
No passado, eu tinha mais cuidado com o Pô, meu! Em alguns meses troquei a música sugerida a cada 2 ou 3 dias. A que está ali, no playerzinho, foi publicada no dia 8 de dezembro do ano passado.
Não ligo para rankings, troca de links, monetização e outras atividades que são prioridades no dia-a-dia de muitos blogueiros. Nem me obrigo a publicar posts com regularidade, principalmente porque, esse blog, é só um grande prazer meu (além é claro, de uma garrafa cheia de mensagens para meus eventuais futuros netos). Adoro escrever aqui. Certamente também adoro o feedback das pessoas que o lêem com regularidade ou das que caem aqui vindos do nada ou do Google.
Aí, em um belo dia, no início do mês passado, vejo ali na página Outros, onde deixei um montão de bobagens, que o Pô, meu! tinha alcançado na véspera 75 assinantes. Uau. Tremi. Caramba, isso aqui não dá dicas de tecnologia, muito menos de como conquistar o par ideal em 10 lições sem fazer força. Não tem séquiço (muito), mulher pelada e muito menos hypes. O assunto do Pô, meu! está no fim da lista de temas interessantes para blogs. Pô, meu! 75 leitores certos (depois já chegou em 77) me dá mais responsabilidade no que vou publicar (Imagina o Inagaki ou o Fugita com aproximadamente 3000). Essas foram as palavras-chave para fazer com que as coisas aqui sofressem um processo de pré-censura. Na verdade, me assustei.
Não sei se me curei, mas larguei essa preocupação. E percebi isso quando um dia sem querer, verifiquei que mesmo sem nunca ter tido uma antes, 2008 teria uma música-tema para mim. Já tive inúmeras músicas que representaram algum momento na minha vida, algumas até já foram publicadas no Pô, meu! Em tempo real. Comigo vivendo aquele momento. Mas essa teria que ser meu mantra. Mas do que me achar nesse estado, eu tenho que estar nesse estado.
Ando devagar porque já tive pressa. E levo esse sorriso porque já chorei demais. Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe. Só levo a certeza de que muito pouco eu sei. Ou nada sei. Conhecer as manhas e as manhãs. O sabor das massas e das maçãs. É preciso amor pra poder pulsar. É preciso paz pra poder sorrir. É preciso a chuva para florir. Penso que cumprir a vida seja simplesmente compreender a marcha e ir tocando em frente. Como um velho boiadeiro levando a boiada. Eu vou tocando dias pela longa estrada eu vou. Estrada eu sou.
Esses são versos de Almir Sater e Renato Teixeira. E é como me sinto. Nâo preciso provar mais nada para ninguém. Quero as coisas simples. Quero a felicidade de saber que nada sei e para meu prazer, entender toda essa marcha e seguir em frente. Tirando o maior prazer possível dela. Mais do que a felicidade de sentir o cheiro da chuva, saber que depois dela, as flores se abrirão. Não que isso tenha me sedado da motivação das lidas. Claro que não! Sou do fogo, sou Marte. Mas ser ou estar em determinado lugar não é mais o objetivo, e sim só uma conseqüência. Fiz a opção definitiva pela qualidade em detrimento da quantidade.
Sugiro ouvir Tocando em frente na voz da deusa Maria Bethânia (letra aqui). Até porque pode ser que eu mude completamente antes do final do ano, e saia ao encalço do Inagaki. :-D
P.S. Que os políticos não pensem que os abandonei. Não trocarei nunca, por nenhum conforto, minha indignação! ;-)
Uma das melhores coisas de ter blogs despretensiosos, como o meu e o teu, é ver que mesmo as bobagens que escrevemos, por mais inúteis que sejam, têm seus leitores fiéis.
Parabéns, Nelson.
Comentário do Pô, meu!
Oi Marcus,
Isso é verdade. Veja que abóbora, só consumo de três maneiras:
1) No cozido;
2) No doce com coco, e
3) No grandeabóbora.
Não necessariamente neste ordem. E sempre, um de cada vez. :-)
[]ão,
Nelson
Eba, Nelson!
Sabe o que eu curto no pô, meu!?
Seus textos são fantásticos .
E olha que às vezes você escreve sobre assuntos que eu não tenho o menor domínio e/ou interesse e lá vejo o texto fazendo morada…o texto domina o leitor.
Você sabe escrever e essa é uma qualidade que não é perseguida por muita gente.
A palavra certa, a vírgula exata, o advérbio preciso. Atrás dessa mensagem aos seus futuros netos tem muito requinte e eles vão perceber isso “Pô, vovô escreve bem né? ” :P
Eu sou uma das que assino o Pô, meu!
Adoro essa visão paulistano-carioca da vida!
beijos
Comentário do Pô, meu!
Sandra,
Obrigado por sua presença constante aqui. Acho que você como os outros que deixam um pouco de carinho comentando minhas histórias são amigos mesmo. Obrigado! :-)
Como não tenho nenhuma pressa em ser avô, eles talvez nem tenham saco de ler a montanha de bobagens que serão publicadas aqui até que saibam ler.
Você entregou o meu segredo: aprender e reter o melhor do carioca e do paulistano. ;-)
beijos,
Nelson
Ia falar sobre a inteligência de seus posts, mas já me deparei com o comentário da Sandra, que fala sobre isso, então para vc não ficar se achando não vou falar que seus textos são daqueles que vemos pouco na blogosfera, inteligentes, uma medida certa de humor e incredulidade com o que passamos na vida.
Parabéns pela marca de assinantes de feeds, e que venham a casa das centenas, milhares e dezenas de milhares, porque de blog hype lixo pornô download da vida a blogosfera está saturada, mas do requinte que nossa língua portuguesa tem, poucos como você Nelson tem o dom. Mas também, Nelson, acho que o nome ajuda né, lembra aquele outro Nelson que cantava pouco?
sucesso… Ta aqui um dos leitores fiéis.
Comentário do Pô, meu!
ÆBruno,
Muito obrigado pela força.
Como disse ali em cima para a Sandra, o carinho dos amigos é a melhor recompensa por algo que eu faria mesmo de graça. E o mais bacana é que a maioria dessas amizades nasceu na web.
Abração!
Nelson
Palavras bem usadas misturadas a temperos bem selecionados dão resultados indescritíveis. Por tudo isso, amigo, gostamos de ler você. Parabéns e não diminua a marcha!
Comentário do Pô, meu!
Grande Sêmola!
Muito frio aí na Holanda? Sucesso!!!!
Eu é que tenho que agradecer a todos vocês pois, ao participarem comentando, além de me deixarem recompensado, me ajudam a desenhar o nosso tempo para os meus eventuais futuros netos. ;-)
Abração,
Nelson
Nelson,
Você pode não dar dicas de tecnologia, de como conquistar o par ideal, pode não ter (muito) séquiço (muito), mulher pelada ou hypes. Mas você tem duas coisas importantes: Qualidade de texto e qualidade de opinião.
Tenho certeza de que o número de assinantes só vai aumentar, e que um dia seus netos terão muito orgulho em mostrar/reler o que o avô escreveu.
Comentário do Pô, meu!
Grande Enio,
mais uma vez, obrigado pela força. ;-)
Na verdade, só espero que meus eventuais futuros netos tenham tanta coisa para ler que até desistam. Se isso acontecer, é sinal que passei muito tempo por aqui para gerar muito conteúdo. :-D
Abração,
Nelson