Meu irmão e vinhos

• Por Nelson Correa
• 2 setembro, 2007
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Dos meus grandes amigos de infância, os mais chegados, quase nenhum teve o privilégio que eu tive de ter um irmão, quase da mesma idade, um pouco mais novo, para dividir o quarto, os cigarros da madrugada, o carro, o aprendizado, o crescimento e até a mulher da primeira experiência sexual (com meses de diferença). Nunca dividimos namoradas. Apesar da pouca diferença de idade, 18 meses, eu sempre fui o que entrava nas brigas para defendê-lo. Não que ele não topasse me defender, sempre foi muito mais brigão do que eu, mas na idade em que a gente entrava nessas frias, eu tinha muito mais corpo do que ele. Hoje ele é maior (horizontalmente). :-)

Não havia segredo de um que o outro não soubesse. Fiz muitas vezes a manutenção no seu carro, mas foi com um carro novinho dele que parti em lua-de-mel. Meu Corcelzinho a la Flinstones (eu via o chão da rua por baixo do tapete de borracha) não faria uma boa presença no hotel em Nova Friburgo. Cada um dos seus filhos que nascia, eu tinha a sensação de ser pai novamente. Há pouco mais de vinte anos não morávamos na mesma cidade. Agora moramos novamente na mesma cidade. Foi muito bom retomarmos os papos de horas, madrugada adentro, agora em torno não mais do cigarro da madrugada no quarto, já que ambos deixamos de fumar há alguns anos. Mas acompanhados de nossas mulheres e vinhos belíssimos na sua varanda de Botafogo.

Dois casais, três queijos, um patê, torradas é claro, água também, muito papo, cinco horas, e, pela seqüência de entrada, três peças excelentes de sua adega: Casa La Joya Carmenere 2006 (o escolhido por nossas mulheres), Joffré Hijas Reserva Malbec 2004 (para provocar os argentinos para o gran finale) e o chileno Super Premium Principal 2001 da Viña El Principal. Tudo perfeito. A noite foi pequena e rápida demais. Obrigado à Mônica. Obrigado ao Paulo. Apesar de termos envelhecido um pouco, ele mais do que eu, os papos estão muito melhor acompanhados. :-D