A Gozadora
- Por Nelson Correa
- 10 julho, 2010
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A frase da figuraça e sempre enrolada candidata à presidência da república, Dilma Roussef – Não assinei, rubriquei – é o fino do humor parlapatão nacional. Ela tem sempre tiradas ótimas. É bem verdade que até alguns meses atrás, seu humor pendia mais para o sargento Garcia do que para o Zorro. Mas admiro sua coragem de buscar reverter esse quadro, mesmo às vezes, pagando alguns micos.
Esse “rubriquei” dito como desculpa por conta do envio para o TSE do programa de governo de seu partido, o PT, com temas radicais de extrema esquerda, e sua substituição atrapalhada, horas depois, por outro com contorno mais suave, eliminando alguns itens e substituindo outros, é a justificativa mais sem vergonha que vi nos últimos dias. Juro que ri. Me fez lembrar o humor cáustico e inteligente do grande autor Dias Gomes, em sua obra “O Bem Amado”, transformada em novela no início da década de 70.
Havia um personagem em “O Bem Amado” chamado Zeca Diabo. Brilhantemente interpretado por Lima Duarte, Zeca era um matador sanguinário, frio e profissional, apesar da fala mole e jeitão capiau como o de Zé Dirceu. Mas também tinha um lado humano, onde lamentava a morte dos seus assassinados, tirando o peso de sua responsabilidade através de sua fé religiosa e devoção ao Padre Cícero. Zeca Diabo dizia com a maior cara de pau, com a maior cretinice do mundo, que não era ele quem matava as pessoas, era Deus, ele só puxava o gatilho.
Fico pensando num futuro possível e nem tão distante…
Brasília, 24 de janeiro de 2011, 8:17h. Na sala de trabalho mais importante da república, no quarto andar do Palácio do Planalto, a presidenta (como ela preferiu ser chamada) irrompe, pisando forte, com um pequeno séquito de assessores, logo dispensados com firmeza. Antes que dê tempo de pegar o cliping de notícias dos principais jornais deixados sobre sua mesa antes de sua chegada, o ministro da Casa Civil (passaram vários nomes na minha cabeça, mas todos me deixaram apreensivo. Por isso, vou generalizar e chamar simplesmente de Zé), que não precisava ser anunciado, entra com duas pastas de documentos para a presidenta endossar.
– Você vive me assustando com essa forma pouco educada de entrar na minha sala Zé, eu sou a presidenta!
– Ah, para com isso Dilma. Só estamos nós dois aqui. Deixa esses salamaleques para o público e a imprensa.
– O que você traz hoje?
– Alguns decretos e documentos que precisam da chancela do presidente.
– Presidenta, Zé. (gritando) Presidenta.
– Ô Dilma, eu sei. É só uma forma de falar. Cê não precisa ser grossa assim.
– O que são? (baixando a voz) Já conversamos sobre eles? Você já deu o tratamento necessário fazendo a classificação e separação deles?
– Já Dilma, relaxa sô. Nesta pasta azul, você pode assinar todos, sem se preocupar. Agora estes que estão na pasta rosa, como podem dar merda, você só rubrica, tá?
Não sei se você sabe, mas o coordenador da campanha da “presidenta” é Zé, o sobrenome é conhecido em Cuba, no Iran e outras ditaduras, algumas, mais sanguinárias. Começa com D e termina com EU!
Meu grande amigo Rafa!
Eu juro, mesmo sob tortura, que isso foi uma feliz coincidência.
;-)
Pensava até que esse Zé nem mais existia. Deve ter sido um sonho.
:-D
Abração e muiiiiito sucesso,
Nelson