O pênalti. A paradinha. Covardia?

• Por Nelson Correa
• 30 setembro, 2009
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Deu três tiros em criança,
Comeu ovo de valente,
Matou cabra já doente,
Se não me falta a lembrança,
Matou até esperança…
Sem dar chance de defesa,
Foi o rei da malvadeza,
Não perdoa nem defunto,
Quando a morte é o assunto,
Coronel é realeza…

Não, de maneira alguma estou falando do atacante de futebol que bate um pênalti, que mesmo tendo quase o universo inteiro muito próximo dele para chutar a bola, tem só um pobre coitado que não pode se mexer mais que dar um passinho prá frente para evitar que a bola estufe uma galáxia qualquer, ali dentro da rede das suas traves.

O texto sobre o covarde que não perdoa, é de Marcos Loures, e achei no blog dele, Alameda da Esperança. Mas o que eu quero mesmo é falar sobre essa ideia capitaneada pelo presidente da FIFA, seu Joseph Blatter, que nunca jogou futebol, e que conta com o apoio de muitos dos nossos goleiros. Eles classificam de covardia a paradinha que os atacantes brasileiros têm dado nas cobranças de pênaltis. E querem acabar com isso!

Parem com esse absurdo! O atacante não é o covarde que, apesar de todas as vantagens para cumprir com sua obrigação, ainda usa de um estratagema que inviabiliza, ou quase, qualquer possibilidade de defesa dos goleiros.

Ainda não ficou convencido? Então vamos voltar o filme. Vamos ao âmago, a origem da cena que provoca o desfecho que está gerando esse sentimento de querer crucificar os atacantes pela paradinha na hora do pênalti, classificando-os como covardes. Está pronto?

Por que o juiz apitou freneticamente interrompendo o jogo, e correu apontando para a marca do pênalti? Hein? Tem ideia? Eu digo. Uma das equipes partia para o gol do adversário e, para evitar que o atacante, na maioria das vezes mais hábil, já dentro da grande área ou mesmo da pequena, fizesse o almejado gol, o defensor usa de subterfúgios ilegais, como: desviar a bola com a mão (menos o goleiro), derrubar o atacante, puxar o atacante para que ele não alcance a bola e outros.

Quem é o covarde? Eu digo. O incompetente do defensor que não soube evitar o quase-gol dentro das regras do jogo. E o gol é o maior de todos os objetivos do futebol, mesmo com a Globo fazendo campanha para suas estatísticas vazias. Não é quem tem a posse da bola por mais tempo, ou quem cobrou mais escanteios, ou chutou mais vezes contra a meta adversária ou que fez menos faltas que ganha o jogo. É quem faz mais gols! Qualquer garoto a partir dos 3 anos sabe disso.

Para que não se desvie dos objetivos e, para que não se puna os corretos, criativos, geniais ou até mesmo sortudos artilheiros, resta ao goleiro, na hora do pênalti, somente a sina do qualquer enforcado: torcer para que a corda se rompa, independente do atacante fazer a paradinha ou não.

E viva o Goooooooooooooooooooooooooooool.

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