Telefonia, tão moderna e ultrapassada

• Por Nelson Correa
• 12 março, 2007
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O jornalista Pedro Doria, dono de uma coluna semanal no caderno Link do Estadão e um dos associados do excelente Blog no mínimo, derrama lágrimas de tristeza no artigo publicado hoje (Celular amordaçado) no canal impresso (O Estado de São Paulo) por conta de frustrações descobertas nos últimos tempos com relação às restrições que as operadoras de celulares nos impõem.

Pedro começa a desfiar seu rosário comentando que não conseguiu guardar mensagens SMS que gostaria de manter (motivos afetivos). Teve que jogar todas fora para poder receber novas, já que havia atingido a cota máxima disponível no aparelho. Não há como transferir mensagens SMS para outro dispositivo.

Como não sou adolescente para ficar trocando dezenas de SMSs e MMSs, nem minha empresa me paga um plano de dados ilimitado e/ou um Blackberry, há muito que me conscientizei que quero um celular somente para me comunicar com quem eu precisar, do lugar que eu estiver. E mais nada!

O celular é só um canal para carregar e transferir o que gero no meu Palm T|X, ou eventualmente no laptop. Isso se não houver uma rede wifi disponível. Ah sim, e para falar. Mas tem que ser muito rápido, pois detesto longos papos no telefone. No início, era um usuário hard, mas as operadoras nunca souberam me cativar como cliente. Essas mesmas operadoras que nos empurraram para a tecnologia de voz sobre IP, disponível na Internet, por conta de não quererem mudar seu modelo tradicional de operação. Estão todas desesperadas revisando tudo agora.

Pedro chegou à conclusão que as operadoras limitam a tecnologia embarcada nos aparelhos, por conta de interesses de estratégias e competição de mercado. Eu concordo e descobri isso há muito tempo. Veja por exemplo os Palms Treo que diferentemente de outras maquininhas Palm, não tem wifi embarcado. Só para te obrigar a usar a conexão de dados da operadora.

Telecomunicações é um business que oferece tecnologia tão nova e de ponta, mas infelizmente ainda é gerenciada sob modelos de negócio arcaicos e ultrapassados. A onda está chegando. Quem conseguir mudar, continuará e surfará. Aqueles que de tão pesados, nem se viraram para ver o tamanho dela, morrerão afogados. Eu não lamentarei as empresas que não souberem viver esses novos tempos.