Felicidade e ética


Hoje é um dia feliz para mim. Estava colocando minhas leituras da Internet em dia, quando esbarrei em um trabalho da Universidade britânica de Leicester (aqui) sobre felicidade. Apesar de ser um trabalho acadêmico de psicologia, o link traz um material direto e de leitura muito leve. Apresenta um raking dos países mais felizes até os mais infelizes, em um total de 178 países analisados.

Os dez mais felizes são: 1 – Dinamarca, 2 – Suíça, 3 – Áustria, 4 – Islândia, 5 – Bahamas, 6 – Finlândia, 7 – Suécia, 8 – Butão (reino que fica no Himalaia), 9 – Brunei (na ilha de Borneo, Oceania – nome oficial: Estado de Brunei, Tijolo da Paz) e 10 – Canadá.

Os menos felizes são: 173 – Sudão (maior país em área e maior país árabe na África), 174 – Ucrânia (Europa oriental, ex-satélite da URSS), 175 – Moldóvia (Europa oriental, ex-satélite da URSS), 176 – República Democrática do Congo (África, ex-Zaire, saindo de duas grandes guerras civis), 177 – Zimbábue (sul da África, ex-Rodésia, um dos lugares mais pobres do mundo) e 178 – Burundi (África, vizinho do Congo e do Zimbábue).

E o Brasil? Nós, do país do samba, futebol e carnaval, estamos posicionados em um modestíssimo 99 lugar. Êpa! Como pode isso? O primeiro pensamento que me veio à cabeça, foi que apesar do lugar fantástico que vivemos, da temperatura maravilhosa, das pessoas lindas, praias, campos, montanhas, nós somos bem infelizes. O que não está legal hoje no Brasil? Seguindo essa linha de raciocínio, cheguei na falta de ética generalizada. Voltei para a Internet e li um material muito interessante do Prof. Dr. Álvaro Valls da UFRGS. Vou sintetizar.

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Existem três grandes tradições filosóficas relacionadas à ética. Uma delas, de origem anglo-saxônica, é a do utilitarismo, pragmatismo ou imediatismo. Olha para a coletividade antes da individualidade, mas não trata diretamente da felicidade. Talvez até chegue nela, já que visa atender às necessidades da maior quantidade possível de pessoas.

Outra grande tradição filosófica da ética, é a que foi definida por Aristóteles, filósofo grego que viveu no século III A.C. O ideal de Aristóteles é o homem virtuoso. O mais virtuoso seria capaz de realizar-se, atingindo a felicidade, que para Aristóteles, é um equilíbrio de bens, materiais e imateriais.

A outra tradição filosófica da ética foi enunciada pelo filósofo alemão Kant, século XVIII D.C. A felicidade que Kant fala, é a do dever cumprido. A tranqüilidade da boa consciência. De ser ético e procurar ser feliz. Mas não é a felicidade a qualquer preço.

Por do sol no Arpoador, Rio de Janeiro, por Sergio LuizAí entendi nosso baixo nível de felicidade, pois nunca na história desse país, a ética foi algo de tão pouca importância. Vivemos a era do vale tudo. E o pior, é que esses caras eram os “esperados”, os eleitos para a mudança. Talvez por isso nós estejamos tão anestesiados.

Aí eu decidi. Quero ter o mesmo nível de felicidade que eu tinha quando beijava minha namorada e batia palmas para o pôr-do-sol no Arpoador nas décadas de 70 e 80, como este da foto de Sergio Luiz. A gente era babaca mais era feliz, hoje a gente continua babaca, mas infeliz com tudo isso que ainda está aí.



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3 Comentários

  • anujka disse:

    adurei tudo….
    fez.m mt bem ler…
    pensar…
    sonhar…

    Comentário do Pô, meu!
    Que bom que você gostou.
    Pensar é indispensável para estarmos vivos.
    Sonhar é fundamental.
    Volte sempre.
    Abraços e sucesso,
    Nelson

  • Sou estudante de Psicologia, achei bem ousado tratar desse assunto, mas gostei mt do artigo ele é bem direcionado ao senso comum, e bem reflexivo.

    • Nelson Correa disse:

      Oi Allan!

      Seja bem vindo! Sinta-se em casa.

      Fiquei super curioso tentando entender qual tenha sido a ousadia. Você acha que falar de felicidade é tabu?
      :-)
      Muito legal você ter gostado.

      Visitei seu site e vi que és baterista. Estou há anos tentando ganhar coragem para aprender a tocar bateria.
      :-)
      Abraços e sucesso,
      Nelson

      P.S. 1) Desculpe demorar tanto com a resposta. A explicação e as desculpas estão aqui.

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