É preciso gritar! Será mesmo?

• Por Nelson Correa
• 8 fevereiro, 2007
• 2 Comentários

No último post publicado no Pô, meu!, eu falava como é mais importante ter funcionários apaixonados por suas profissões, pelo que eles fazem, ao invés de ter funcionários apaixonados pela minha empresa. O primeiro caso será sempre mais verdadeiro do que o segundo, e certamente, no longo prazo, a empresa será mais beneficiada. Lembrei da obstinação do meu sobrinho, o Bruno, com o curso de medicina. Ele sempre quis ser médico, e fez tantos quantos foram os vestibulares necessários para passar em uma universidade federal, para o curso de medicina. Isso é paixão.

No post anterior, naturalmente pessoas que conhecem o Bruno, deixaram mensagens positivas pela conquista dele. Mas recebi também um comentário desabafo, que reproduzo abaixo:

Vagabundo, Kassab?
Até onde vai o indecoro parlamentar do imprefeito de São Paulo. Gostaria muito que ele me chamasse de vagabundo, certamente ele estaria com os ouvidos zunindo até agora… Até quando vamos ter que agüentar gente desse nível? Chega de políticos medíocres, sem ética e sem compromisso com o bem estar do povo. Gostaria muito que todos os cidadãos de São Paulo, fossem para a prefeitura e ficassem gritando em coro a plenos pulmões… VAGABUNDO é a …

Acho interessante que o nosso leitor André Luiz tenha usado a área de comentários para extravasar sua indignação. Talvez já no limite da sua paciêcia contra um administrador que ganhou no colo a Prefeitura da cidade de São Paulo, um dos 10 maiores orçamentos do país, e que agiu de forma descontrolada e expulsou o pobre coitado de um manifestante de um posto de saúde que o prefeito visitava.

O Pô, meu! é um canal livre para a discussão. Eu concordo com o leitor André Luiz desde o primeiro momento que vi o chefe do executivo municipal esbravejando e quase dando na cara de um micro empresário da área de propaganda (outdoors) que foi protestar contra a lei apresentada pelo prefeito, e aprovada pelo legislativo, para tirar a propaganda das ruas de São Paulo.

Imagino que aquele senhor, que foi expulso de forma humilhante, viu seu negócio ruir da noite para o dia depois de aprovada a nova legislação que proíbe outdoors. É muito fácil legislar e administrar uma cidade dessa forma, sem avaliar impactos ou medir conseqüências. Existe um mercado muito grande, que emprega milhares de pessoas no negócio de propaganda nas ruas de São Paulo, incluindo aquele pobre manifestante.

Será que alguém imaginou, que não seriam só as grandes empresas de marketing que deixariam de ganhar com o negócio outdoor? Será que não seria viável preparar, junto com SESI, SENAI, SEBRAE e outros S’s estes pequenos empreendedores, que viram suas empresas acabarem da noite para o dia, para depois da lei em vigor, eles estarem preparados para direcionarem seus negócios para outros rumos? Ah Brasil, até quando a incompetência mandará por aqui?

Caro André Luiz, me desculpe tirar o seu comentário do post anterior. Acho que fugia um pouco da comemoração que o Bruno e as pessoas que gostam do Bruno estão fazendo por ali (fiquem à vontade hein!). Mas sua mensagem e sua revolta não deixarão de serem lidos. Daqui a 20 meses, teremos eleições de novo. Isso pelo menos é bom! ;-)