Passion pour l’Eau Rouge
- Por Nelson Correa
- 14 setembro, 2007
- 1 Comentário
Caro leitor, se procuravas perfume, desculpe, não é aqui. Tente o Xeryus Rouge Givanchy, eu adoro. Se você ficou aqui, vai ouvir uma confissão. Tenho uma paixão de infância não resolvida. Nem tenho mais esperança de um dia realizar esse sonho. Era tão grande, que troquei por diversos outros menores e mais fáceis de resolver. Mentira… nunca consegui trocar esse sonho, mesmo sabendo-o impossível. Fui estudar engenharia mecânica para poder ficar um pouco mais perto do sonho… na verdade, meu sonho de menino era ser piloto de corridas de automóveis.
Hoje estava navegando por uns feeds e encontrei um post de um blog assinado recentemente, o Velocidade, e abrindo o post, uma foto linda da curva Raidillon de l’Eau Rouge (calma, não vai agora lá, depois você deve ir lá, só depois). Essa curva, fica depois de uma reta. Um momento. Vou te contar como chegar nela, só para que se possa entender porque esta pista é fantástica, e 9 entre 10 pilotos adoram ela.
Depois de passar por um miolo muito rápido, sobe-se quase em linha reta até próximo de 300 km/h para frear bruscamente e passar por uma chicane que se chama bus stop. A Chicane te leva para uma reta muito curtinha, onde fica a linha de chegada. Ali, no final da reta, faz-se uma curva à direita que é um cotovelo fechadíssimo, com uma velocidade estúpida para um F1, algo em torno de 70 km/h. Agarre o volante… inspire fundo… pare de respirar. Logo após esse cotovelo, pega-se uma reta em descida, que deve ser feita com o pé em baixo. Lá no ponto mais baixo da reta, um “S”, que se chega à quase 300 km/h e com um vazio interno nunca alcançado em nenhuma outra pista de F1, precisa ser contornado virando-se rapidamente, mas sem perder a aderência com a pista, à esquerda, à direita e esquerda de novo.
Os grandes pilotos (loucos?) nem aliviam o pé, só trancam a respiração e se atiram ladeira acima em uma grande reta, para, mesmo em subida, atingir velocidades por volta de 330 km/h para outra chicane. Respire. Essa é a pista de Spa-Francorchamps na Bélgica. É lá que a F1 estará de volta nesse final de semana depois de uma ausência no ano passado. É lá que tem o ponto mais fantástico da Fórmula-1, o apaixonante mergulho na Eau Rouge. Droga só experimentar isso virtualmente. Agora vá lá no Blog Velocidade e veja as marcas do fundo dos carros marcados no traçado da curva.
BONUS: Durante o GP de 2000, Schumacher sustentava a posição frente aos ataques de Mika Hakkinen, com uma McLaren superior à Ferrari. Depois de passarem pelo mergulho da Eau Rouge, sobem com Hakkinen chegando perto, quando no final da ladeira o BAR Honda de Ricardo Zonta (retardatário) parece ser a salvação de Schummy, mas num vácuo triplo, enquanto a Ferrari corta pela esquerda, Hakkinen acha uma brecha pela direita nos oferecendo uma das mais belas e plásticas ultrapassagens da F1. .
Belga de nascimento & brazuca por opção, a pista de Spa desperta inúmeras dúvidas. Pourquoi Eau Rouge? Pourquoi beaucoup de la pluie? Desde criança vou áquela pista, e sempre choveu um absurdo na região, do nada sai a nuvem e encharca tudo. Quanto ao significado de ‘Eau Rouge’ é definido pelo padrão da fabricação dos vinhos da região.
Comentário do Pô, meu!
Carlo,
Que vontade de estar naquela pista.
É uma mistura quase perfeita: Spa e vinho
Obrigado pela visita.
Abraços e sucesso,
Nelson